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Pampa ocupa a metade meridional do Rio Grande do Sul, e abrange uma superfície de 176.496 km² – 63% do território gaúcho. Constitui a porção brasileira dos Pampas Sul-Americanos que se estendem pelo Uruguai e Argentina. O clima é subtropical do tipo Cfa, chuvoso, sem ocorrência de período seco sistemático e com as estações do ano bem definidas. A temperatura média anual no pampa gaúcho é de 18ºC, com invernos rigorosos, podendo alcançar temperaturas negativas e verões quentes com temperaturas superiores a 35ºC. A precipitação anual varia entre 1.250 e 1.600 mm, geralmente mal distribuída, com períodos secos estivais que, associados a altas temperaturas e à radiação e pouca profundidade dos solos, resultam em acentuados déficits hídricos. Nas áreas de terras altas, com solos bem drenados e posição topográfica elevada, as atividades de ILPF baseiam-se na sucessão de culturas de grãos no verão e pastagens cultivadas durante o inverno, sobretudo com espécies de clima temperado. Nesse sistema, com o passar do tempo, ocorre a regeneração da pastagem nativa que, associada às espécies introduzidas, formam as chamadas pastagens nativas melhoradas. Nas áreas de terras baixas, a exploração iniciou-se com a cultura de arroz irrigado e, após a colheita dos grãos, com o uso dos restos culturais e da vegetação natural para pastejo. A prática foi aprimorada pela melhor drenagem, após o cultivo de arroz. Esse sistema caracteriza-se pela predominância do arrendamento e por uma exploração empresarial com incorporação de insumos modernos. Existem várias alternativas de sistemas de ILPF no bioma Pampa. Na metade sul do Rio Grande do Sul, o sistema mais comum é o agropastoril, com o plantio de arroz irrigado e a bovinocultura de corte ou de leite. As principais pastagens perenes incluem azevém anual, trevo branco, aveia, cornichão e pensacola, ou revegetação com espécies nativas. Na metade norte, outra versão do sistema agropastoril é utilizada com o plantio de soja-milho (verão)/trigo-pastagem (inverno) e bovinocultura de corte e leite. As pastagens anuais de inverno são implantadas com o cultivo de aveia preta e/ou azevém. No verão, milheto e sorgo, mas com aumento das perenes para sistemas de produção leiteira, com destaque para: grama bermuda, panicuns, braquiárias, pangola, capimelefante, quicuio e pensacola. Na zona de Planalto, o sistema de integração predominante é o silviagrícola com plantio de erva-mate, soja-milho, pastagem anual de inverno (aveia-preta, azevém, ervilhaca, milheto etc.). O plantio de citros/pêssego, grãos ou forrageiras é uma forma de integração silviagrícola ou silvipastoril encontrada na metade sul do Rio Grande do Sul. O componente florestal foi integrado aos sistemas de ILPF no início da década de 1990. Foram iniciados estudos com pastejo em sub-bosque de eucalipto e de acácia-negra. Depois foram realizados estudos em sistemas planejados, avaliando-se os processos biológicos envolvidos. Atualmente, devido ao grande afluxo de capital, no setor florestal, e ao aumento das áreas com florestamento, os sistemas de ILPF têm sido recomendados e utilizados de forma crescente em diversas regiões do bioma Pampa.