Em situações formais, orais ou escritas, os pronomes pessoais do caso reto não devem ser usados como objeto direto. Devem ser substituídos por pronomes oblíquos correspondentes. Exemplo: Encontrei ELE no cinema, deve ser escrito ou falado: encontrei-o no cinema. Esta afirmação é: *
Respostas
Explicação:
Pronomes oblíquos tônicos precisam estar acompanhados de preposição para que consigam ser encaixados na oração.
Você nunca acredita em mim.
Hoje, eles falaram de nós.
Nos exemplos, o sujeito da oração está sublinhado, enquanto os pronomes pessoais em vermelho exercem função de complemento dos verbos.
Veja outro exemplo:
Sem elas, nós não conseguiríamos.
Observe que, independentemente da posição que se ocupam na oração, temos as funções bem delimitadas: o sujeito “nós” do verbo “conseguir” conta com o complemento “sem elas”.
A preposição “com” apresenta uma diferença: ela consegue juntar-se ao pronome, formando uma única palavra. Assim, podemos ter:
Você iria ao cinema comigo?
Ele quer ir ao cinema conosco?
No caso da 3ª pessoa, é possível utilizar duas formas:
Eu não percebi nada de errado consigo.
Eu não percebi nada de errado com ele.
Veja também: Regência verbal e regência nominal: diferenças e regras
Pronomes oblíquos átonos
Pronomes oblíquos átonos não vêm acompanhados de preposição. Veja:
Eu te disse isso ontem.
No enunciado, o pronome “eu” exerce função de sujeito da oração, enquanto o pronome “te” é complemento do verbo “dizer” (dizer a alguém). Como não é necessária nenhuma preposição acompanhando o pronome “te”, trata-se de um pronome oblíquo átono.
Os pronomes oblíquos átonos da 3ª pessoa apresentam duas formas diferentes, dependendo do tipo de objeto que eles substituem. Caso substitua um objeto indireto (ou seja, aquele que tem preposição), utiliza-se o pronome “lhe” ou “lhes”, dependendo do número da pessoa. Veja:
A criança deu o brinquedo a ele.
A criança deu-lhe o brinquedo.
Caso substitua um objeto direto (ou seja, aquele que não tem preposição), pode-se utilizar o pronome “o”, “a”, “os” ou “as” dependendo do gênero e do número da pessoa.
A criança deu o brinquedo a ele.
A criança deu-o a ele.
Colocação pronominal
Os pronomes oblíquos átonos podem aparecer antes, depois ou até no meio do verbo para o qual eles servem de complemento.
→ Próclise: aparecem antes do verbo quando alguma palavra atrai os pronomes oblíquos para perto delas, como outros pronomes, preposições ou palavras com sentido negativo. No exemplo anterior, o pronome do caso reto “eu” atraiu o pronome do caso oblíquo “te”. O mesmo acontece nas orações:
Eu te amo.
Todos me ouvem.
Nada nos deterá.
→ Ênclise: aparecem depois do verbo quando a oração é iniciada por ele, ou quando se trata de um verbo no gerúndio ou no imperativo afirmativo, como nas orações:
Deu-lhes muitos presentes.
Erra todas as falas, mesmo decorando-as sempre.
Faça uma ótima faxina em casa, mas faça-a bem.
Observação: É necessário atentar-se para o fato de que, na ênclise, os pronomes “o”, “a”, “os” e “as” têm suas formas afetadas pelo final do verbo:
Caso o verbo termine em vogal, o pronome mantém sua forma:
Sabia-o bem.
Caso o verbo termine em -m, -ão, -õe ou com outro som anasalado, o pronome passa a ser “no”, “na”, “nos” ou “nas”:
Sabiam-no bem.
Caso o verbo termine em -r, -s ou -z, essas consoantes são suprimidas e o pronome assume a forma “lo”, “la”, “los” ou “las”:
Deve comprá-lo amanhã.
→ Mesóclise: aparecem no meio do verbo quando o verbo está no futuro (do presente ou do pretérito), quando não há motivos para usar-se a próclise ou a ênclise. Isso ocorre, por exemplo, na oração: