Respostas
Resposta: introdução do nosso país na modernidade possui íntima ligação com o perturbador crescimento industrial de São Paulo, que se deu a partir do início do século xx.
A chegada de um número cada vez maior de imigrantes, especialmente italianos, gerando mão de obra barata, e a necessidade de suprir a carência de produtos antes importados da Europa (uma consequência da Primeira Guerra Mundial) conjugaram-se para imprimir um ritmo acelerado ao processo de urbanização e industrialização de São Paulo. A cidade torna-se, assim, símbolo de trabalho, de progresso, de modernização.
O capital originário das lavouras cafeeiras combina-se com o capital industrial, fazendo de São Paulo a "locomotiva que arrasta os vinte vagões vazios", conforme expressão da época.
Matriz em torno da qual gravitam os demais estados, a "Pauliceia desvairada", de Mário de Andrade, toma o lugar do Rio de Janeiro, capital política do país, no seu papel de centro econômico cultural.
Configura-se o "status" de uma nova burguesia, que se adensa com subsídios provenientes da aristocracia rural cafeeira e também com a subida das camadas de imigrantes bem-sucedidos, enriquecidos pelo comércio e pela indústria, cujos filhos se casavam com as filhas de fazendeiros, provocando uma fusão de elites dominantes.
Por um lado, o domínio da nobreza fundiária ou oligárquica (proveniente da lavoura cafeeira e da pecuária) expressava-se por meio da política do café com leite, que só seria superada por volta de 1930, com a desvalorização internacional do preço do café (1928) e a quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929).
Por outro lado, o descontentamento de camadas sociais marginalizados do poder - operários, burocratas, comerciantes, pequenos proprietários, a burguesia industrial incipiente, profissionais liberais, o Exército etc. - fazia-se notar por meio de greves, como a greve geral de 1917, que indicavam o crescimento de organizações sindicalistas e de tensões que viriam a se expressar em movimentos revolucionários, como o Tenentismo (1922-1924) e a Coluna Prestes (1925).