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Resposta:
Os líderes dos vizinhos Colômbia, Venezuela e Equador têm uma visão muito distinta da guerra no Iraque.
Enquanto o primeiro apóia o conflito, os outros dois, por motivos diferentes, são contra a ação americana no Oriente Médio.
Na Colômbia, a atual relação de amizade do governo federal com o governo americano pesou na decisão.
Já o governo da Venezuela teme ser o próximo da lista.
Colômbia
O governo do presidente colombiano Álvaro Uribe apoiou abertamente a investida americana e tem insistido em convocar uma coalização semelhante para intervir no país.
O sonho de acabar, em poucos dias, com o conflito interno que dura quase quatro décadas, pode não ser concretizado.
Mas, o respaldo dado ao presidente George W. Bush à intervenção militar lhe rendeu uma ajuda extra de US$ 105 milhões, aprovada na última semana, para lutar contra o "terrorismo na Colômbia".
Quando Uribe confirmou seu apoio aos Estados Unidos, muitas pessoas sugeriram que essa posição tinha como único objetivo pagar, de certa maneira, a ajuda econômica enviada ao país. Mas, o governo negou.
"A posição do governo é coerente com a política interna do Executivo", disse Carolina Barco, ministra de Relações Exteriores, ao confirmar a realização de um encontro entre os presidentes dos dois países, no início de maio, em Washington.
"Estados Unidos e Colômbia compartem uma mesma visão e estão unidos na luta contra o terrorismo”.
Venezuela
Diferentemente de Uribe, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticou desde o início a ofensiva lançada por Washington contra o governo de Saddam Hussein.
Para ele, a decisão dos Estados Unidos de atacar o Iraque, sem contar com a permissão da ONU (Organização das Nações Unidas), coloca em dúvida a utilidade da organização e prejudica a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da qual Iraque e Venezuela faz parte.
"A ONU está praticamente desativada. Para que servem as Nações Unidas", perguntou Chávez, que visitou Saddam Hussein em 2000, para convidá-lo a um encontro de líderes da Opep em Caracas. "Não temos dúvida de que isso vai afetar a unidade e a força da Opep."
Os efeitos da guerra já são sentidos no país. Nesta semana, o barril de petróleo venezuelano fechou em US$ 22,47, o menor preço de 2003. De acordo com Chávez, há uma proposta de cortar a produção mundial em um milhão de barris diários, o que está sendo apoiado por ele.
A Venezuela é quinto maior produtor mundial de petróleo e produz atualmente 3,1 milhões de barris diários. Mas, terá de diminuir sua produção para 2,8 milhões, como parte dos acordos da Opep.
Além dos problemas com petróleo, o país também desconfia que possa se transformar no próximo alvo dos Estados Unidos assim que terminar a guerra no Iraque.
Roy Chaderton, ministro de Relações Exteriores, disse que confia em que a ONU recupere suas atribuições para garantir a paz e o multilateralismo para abordar o futuro do Iraque.
Equador
No Equador, a possibilidade de que a guerra no Iraque termine logo não motivou, nesta semana, a realização das já tradicionais manifestações pacíficas em Quito e em outras localidades.
O país também deve sofre com a queda do preço do barril do petróleo. Mas pretende compensar as perdas em outra área da economia nacional: o turismo. Doris Solís, ministra de Turismo, acredita que a guerra no Iraque não afetará o setor.
"O Equador pode se beneficiar do cancelamento de viagens para outros países", disse ela. "Não teremos problemas. Mesmo que a guerra demore um pouco mais, a maioria dos visitantes que recebemos, dos Estados Unidos e da Europa, costumam viajar na alta temporada, a partir de junho."
Segundo a avaliação dos empresários equatorianos, abril será um mês positivo, apesar do impacto da guerra contra o Iraque na América Latina.
Em março, eles comemoraram o volume de produção das empresas, que subiu em 2,8%.
Otimistas, eles também esperam que o governo assine um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional, o que seria uma boa notícia frente a uma conjuntura mundial incerta.
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