• Matéria: História
  • Autor: lethiciacarolip82l16
  • Perguntado 6 anos atrás

11 Como D. João, rei de Portugal, reagiu às determinações
de Napoleão Bonaparte?

Respostas

respondido por: Anônimo
4

Resposta:

                                                 Por que o rei fugia?

Antes de explicar a fuga, é importante esclarecer que, nessa época, o trono de Portugal não era ocupado por um rei, mas por um príncipe regente. Dom João reinava em nome da mãe, dona Maria 1ª. Declarada insana e incapaz de governar, a rainha vivia trancafiada no Palácio de Queluz, a cerca de 10 quilômetros de Lisboa. Segundo filho da rainha louca, dom João não tinha sido edu­cado para dirigir o país. Seu irmão mais velho e herdeiro natural do trono, dom José, havia morrido de varíola em 1788, aos 27 anos. Além de despreparado para reinar, dom João era um homem solitário, às voltas com problemas conjugais. Em 1807, fazia 3 anos que vivia separado da mulher, a princesa Carlota Joaquina, uma espanhola geniosa e mandona com quem tivera 9 filhos, um dos quais havia morrido antes de completar 1 ano. O casal, que se odiava profundamente, dormia não só em camas separadas, mas em palácios diferentes e distantes um do outro. Carlota morava em Queluz, com a rainha louca. Dom João, em Mafra, com centenas de frades e monges que viviam à custa da monarquia portuguesa.

O príncipe regente era tímido, supersticioso e feio. O principal traço de sua personalidade e que se refletia no trabalho, no entanto, era a indecisão. No meio de grupos com opiniões conflitantes, relutava até o último momento a fazer escolhas. As providências mais elementares do governo o atormentavam e angustiavam para além dos limites. Por isso, delegava tudo aos ministros que o rodeavam. Em novembro de 1807, porém, dom João foi colocado contra a parede e obrigado a tomar a decisão mais importante da sua vida. A fuga para o Bra­sil foi resultado da pressão irresistível exercida sobre ele pelo maior gênio militar que o mundo havia conhecido desde os tempos dos césares do Império Romano: Napoleão Bonaparte.

Em 1807, o imperador francês era o senhor absoluto da Europa. Seus exércitos haviam colocado de joelhos todos os reis e rainhas do continente, numa sucessão de vitórias brilhantes. Só não haviam conseguido subjugar a Inglaterra. Protegidos pelo canal da Mancha, os ingleses tinham evitado o confronto direto em terra com as forças de Napoleão. Ao mesmo tempo, haviam se consolidado como os senhores dos mares na Batalha de Trafalgar, em 1805, quando sua Marinha de Guerra, sob o comando de lord Nelson, destruiu, na entrada do Mediterrâneo, as esquadras combinadas da França e da Espanha. Napoleão reagiu decre­tando o bloqueio continental, medida que previa fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos. Suas ordens foram imediatamente obedecidas por todos os países, com uma única exceção: o pequeno e desprotegido Portugal. Pressionado pela Inglaterra, sua tradicional aliada, dom João ainda relutava em ceder às exigências de Napoleão. Por essa razão, em novembro de 1807 tropas francesas marchavam em direção à fronteira de Portugal, prontas para invadir o país e destronar seu príncipe regente. Encurralado entre as duas maiores potências econômicas e militares de sua época, dom João tinha duas alternativas amargas e ex­­clu­dentes. A 1ª era ceder à pressão de Napoleão e aderir ao bloqueio continental. A 2ª, aceitar a oferta dos aliados ingleses e embarcar para o Brasil levando a família real, a maior parte da nobreza, os tesouros e todo o aparato do Estado.

Aparentemente, era uma oferta generosa. Na prática, tratava-se de uma chantagem. Se dom João optasse pela primeira escolha e se curvasse às exigências de Napoleão, a Inglaterra repetiria em Portugal o que já havia feito, meses antes, na também relutante Dinamarca. Na manhã de 1o de setembro de 1807, os habitantes de Copenhague, a capital dinamarquesa, acordaram sob uma barragem de fogo despejada pelos canhões dos navios britânicos ancorados diante do seu porto. O bombardeio durou 4 dias e 4 noites. Ao final, 2 000 pessoas estavam mortas. No dia 7, Copenhague capitulou. Os ingleses se apoderaram de todos os navios, materiais e munições, deixando a cidade sem defesas. No caso de Portugal, as conse­qüências poderiam ser ainda piores. Se o príncipe regente aderisse a Napoleão, os ingleses não só bombardeariam Lisboa e seqüestrariam a frota portuguesa como muito provavelmente tomariam suas colônias ultramarinas, das quais o país dependia para sobreviver.

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