A corrida é uma sequência de quedas para frente. Inclinando-se para frente, você usa a seu favor a força da gravidade para se deslocar e, assim, não precisa fazer força para se impulsionar empurrando o chão. É a gravidade que te leva, gerando, portanto, uma corrida mais eficiente. Segundo Raquel Castanharo, mestra em Biomecânica de Corrida pela Universidade de São Paulo (USP), seria ótimo se essa afirmação fosse verdadeira, mas é incoerente com a Biomecânica e com as leis da Física. A pesquisadora afirma que a força da gravidade é aquela que puxa tudo para baixo, e para baixo apenas. Assim, não há sentido em compará-la à real força ativa que fazemos para nos impulsionar. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2020 (Adaptação). A afirmação criticada pela pesquisadora contraria o(a) A. queda livre. B. força normal. C. conceito de inércia. D. princípio de ação e reação. E. condição de equilíbrio mecânico
Respostas
Resposta:
A força da gravidade é aquela que derruba a maçã de Newton e todos os corpos para baixo. Ela é explicada pela Primeira Lei de Newton e puxa tudo para baixo, e para baixo apenas. E na corrida, além de irmos para frente, voamos um pouco para cima, não é mesmo? É pouco, alguns centímetros, mas esse deslocamento é nítido e mensurável. Sendo assim, como uma força que só aponta para baixo pode nos fazer ir para cima? É impossível. Vamos para cima porque fazemos força para empurrar o chão. E vamos para frente por causa dessa mesma força. A contribuição que a força da gravidade tem de nos levar para frente, quando nos inclinamos nessa direção, é muito pequena em relação a real força ativa que fazemos para nos impulsionar.
Correr inclinado para frente é ótimo. De fato torna a corrida mais eficiente. Mas isso não quer dizer que tal postura nos isenta da necessidade de empurrarmos o chão.
A verdade é que, no final das contas, você não precisa pensar sobre isso. Seu corpo irá fazer força para se impulsionar naturalmente, você sentindo que isso acontece ou não. Porém, incoerências de biomecânica não são bacanas de serem propagadas. Física está aí para nos ajudar a entender o movimento.