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Um dos maiores teólogos católicos do séc. XX, o alemão Karl Rahner, escreveu que os cristãos do futuro ou seriam místicos ou não seriam cristãos. Esse futuro já se fez presente. Essa leitura crítica da realidade, feita por Rahner, ainda é difícil de ser percebida em nosso país, quando está em ascensão, cada vez mais, um tipo de religiosidade espiritualista, de cunho neopentecostal. Nos países secularizados, no entanto, observa-se crescer as tendências místicas no cristianismo. É uma questão de tempo até que chegue até nós, pois a efervescência neopentecostal passará por um arrefecimento natural.
O crescimento de uma religiosidade espiritualista, no Brasil, demonstra que, por muito tempo, vivemos uma religiosidade marcadamente cristocêntrica, na qual a figura do Espírito Santo não era abordada. Hoje, percebe-se que o acento cristológico dessa religiosidade vigente aborda uma imagem de Cristo vitorioso, todo poderoso. Ao mesmo tempo, vive-se como num tempo novo, inaugurado pelo Espírito Santo: fala-se, muito, em batismo no Espírito Santo e em novo pentecostes.
Possíveis – e devidas – críticas à parte, observamos que a atual insistência na Pessoa do Espírito Santo revela que, de fato, é preciso que pensemos uma espiritualidade trinitária. Caso queiramos que as práticas religiosas alcancem a profundidade de uma autêntica espiritualidade, precisamos resgatar o papel do Espírito Santo em nossas tradições cristãs. Dessa maneira, viveremos uma verdadeira espiritualidade, sem lugar para espiritualismos. Esse é o lugar da mística, da qual nos fala Rahner, como característica de todo cristão e cristã de nossos tempos.
Se, nas tradições religiosas cristãs, ainda não percebemos com tal clareza a dimensão mística, por causa dessa religiosidade espiritualista, neopentecostal, secularmente podemos perceber que o ser humano, filho deste tempo pós-moderno, está em busca de viver mais inteiro, na completeza. Cresce o interesse pela leitura dos místicos; as espiritualidades orientais começam a ganhar, cada vez mais, expressão. Tudo isso revela que é preciso algo a mais, para que nos realizemos como pessoa. Esse é o papel da mística e do exercício da espiritualidade que, para a tradição cristã, encontra seu porto em Deus.
O que significa, então, mística nesses nossos tempos? O artigo A mística na encruzilhada da pós-modernidade, do Pe. Paulo Sérgio Carrara, CSSR, doutor em Teologia, ajuda-nos a compreender a mística como experiência de revelação, pela qual podemos mergulhar em Deus, saboreando-o. Hodiernamente, a mística é uma real possibilidade de encontro e experiência com Deus que, revelando-se em Jesus, abre-nos a possibilidade para que conheçamos a nós mesmos. Para além das conceituações dogmáticas, a mística, aproximando-nos da experiência dos poetas, lança-nos diante da experiência profunda do amor, que dá sentido e que plenifica.
A mística e a espiritualidade são caminhos de integração. Já não basta que nos compreendamos seres racionais, sem mais. É preciso que busquemos nos compreender na complexidade do que somos, para que à nossa vida seja dado o sentido que tanto almejamos. Nesse horizonte, é preciso ultrapassar o bipartidarismo do corpo-alma, tão próprio de nossa cultura ocidental. Somos, também, seres abertos à Transcendência e a busca do ser humano pós-moderno, em grande medida, revela isso. Tudo isso demanda um conhecimento de nós mesmos. A mística e a espiritualidade, além de nos colocar diante de Deus, colocam-nos dentro de nós mesmos. Aprofundando essa reflexão, o artigo Psicologia e Espiritualidade: “irmãs” que precisam caminhar unidas, do Pe. Marcos Uchôa, mestre em Teologia pela FAJE, ajuda-nos a pensar sobre a importância da busca de nossa integração, como verdadeiro caminho espiritual.
Para o cristianismo, é o Espírito Santo o responsável por nos colocar na dinâmica da configuração de nossa vida à vida de Jesus. É o Espírito quem mantém viva, em nós, a memória do Ressuscitado, este que nos integra na vida do Pai. Dessa maneira, observa-se que é próprio da espiritualidade – o mover do Espírito, de Deus e também do nosso – colocar-nos diante do sentido que, para o cristianismo, é Deus. Essa espiritualidade precisa tocar o cotidiano da vida, pois ele é o lugar no qual acontece a irrupção de Deus que vem ao nosso encontro. Para nos ajudar a compreender melhor a importância da espiritualidade no cotidiano, como possibilidade de nossa integração pessoal, o Pe. Marcelo Silva, mestre em Psicologia, pela PUC-Minas, propõe-nos o artigo Espiritualidade das pequenas coisas: um modo de viver a fé no cotidiano.
O crescimento de uma religiosidade espiritualista, no Brasil, demonstra que, por muito tempo, vivemos uma religiosidade marcadamente cristocêntrica, na qual a figura do Espírito Santo não era abordada. Hoje, percebe-se que o acento cristológico dessa religiosidade vigente aborda uma imagem de Cristo vitorioso, todo poderoso. Ao mesmo tempo, vive-se como num tempo novo, inaugurado pelo Espírito Santo: fala-se, muito, em batismo no Espírito Santo e em novo pentecostes.
Possíveis – e devidas – críticas à parte, observamos que a atual insistência na Pessoa do Espírito Santo revela que, de fato, é preciso que pensemos uma espiritualidade trinitária. Caso queiramos que as práticas religiosas alcancem a profundidade de uma autêntica espiritualidade, precisamos resgatar o papel do Espírito Santo em nossas tradições cristãs. Dessa maneira, viveremos uma verdadeira espiritualidade, sem lugar para espiritualismos. Esse é o lugar da mística, da qual nos fala Rahner, como característica de todo cristão e cristã de nossos tempos.
Se, nas tradições religiosas cristãs, ainda não percebemos com tal clareza a dimensão mística, por causa dessa religiosidade espiritualista, neopentecostal, secularmente podemos perceber que o ser humano, filho deste tempo pós-moderno, está em busca de viver mais inteiro, na completeza. Cresce o interesse pela leitura dos místicos; as espiritualidades orientais começam a ganhar, cada vez mais, expressão. Tudo isso revela que é preciso algo a mais, para que nos realizemos como pessoa. Esse é o papel da mística e do exercício da espiritualidade que, para a tradição cristã, encontra seu porto em Deus.
O que significa, então, mística nesses nossos tempos? O artigo A mística na encruzilhada da pós-modernidade, do Pe. Paulo Sérgio Carrara, CSSR, doutor em Teologia, ajuda-nos a compreender a mística como experiência de revelação, pela qual podemos mergulhar em Deus, saboreando-o. Hodiernamente, a mística é uma real possibilidade de encontro e experiência com Deus que, revelando-se em Jesus, abre-nos a possibilidade para que conheçamos a nós mesmos. Para além das conceituações dogmáticas, a mística, aproximando-nos da experiência dos poetas, lança-nos diante da experiência profunda do amor, que dá sentido e que plenifica.
A mística e a espiritualidade são caminhos de integração. Já não basta que nos compreendamos seres racionais, sem mais. É preciso que busquemos nos compreender na complexidade do que somos, para que à nossa vida seja dado o sentido que tanto almejamos. Nesse horizonte, é preciso ultrapassar o bipartidarismo do corpo-alma, tão próprio de nossa cultura ocidental. Somos, também, seres abertos à Transcendência e a busca do ser humano pós-moderno, em grande medida, revela isso. Tudo isso demanda um conhecimento de nós mesmos. A mística e a espiritualidade, além de nos colocar diante de Deus, colocam-nos dentro de nós mesmos. Aprofundando essa reflexão, o artigo Psicologia e Espiritualidade: “irmãs” que precisam caminhar unidas, do Pe. Marcos Uchôa, mestre em Teologia pela FAJE, ajuda-nos a pensar sobre a importância da busca de nossa integração, como verdadeiro caminho espiritual.
Para o cristianismo, é o Espírito Santo o responsável por nos colocar na dinâmica da configuração de nossa vida à vida de Jesus. É o Espírito quem mantém viva, em nós, a memória do Ressuscitado, este que nos integra na vida do Pai. Dessa maneira, observa-se que é próprio da espiritualidade – o mover do Espírito, de Deus e também do nosso – colocar-nos diante do sentido que, para o cristianismo, é Deus. Essa espiritualidade precisa tocar o cotidiano da vida, pois ele é o lugar no qual acontece a irrupção de Deus que vem ao nosso encontro. Para nos ajudar a compreender melhor a importância da espiritualidade no cotidiano, como possibilidade de nossa integração pessoal, o Pe. Marcelo Silva, mestre em Psicologia, pela PUC-Minas, propõe-nos o artigo Espiritualidade das pequenas coisas: um modo de viver a fé no cotidiano.
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