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1. Defina o tema da crônica
Crônicas são, em essência, textos relacionados aos fatos atuais, a questões do dia-a-dia contemporâneo. Por isso, antes de começar a escrever uma crônica, você deve definir qual será o seu tema. Ou seja, ao redor de qual fato ou evento ela será focada.
Esse tema, de preferência, deve ser centrado ao redor de questões que são de conhecimento geral. Seja porque é um evento cotidiano, que a maioria das pessoas vive em primeira mão, ou porque é uma notícia comentada por todos.
2. Expresse sua opinião
Além de escolher um fato ou evento, você deve ter uma opinião sobre o assunto. A crônica não é um texto jornalístico impessoal, que exige que o autor seja imparcial ao transmitir informações.
Pelo contrário, ela se “alimenta” de pontos de vista únicos e doses acentuadas de personalidade. Segundo alguns teóricos, a posição crítica e a experiência do autor são os focos da crônica, de modo que, ao escrever um texto sem opinião, você simplesmente não terá escrito uma crônica.
3. Evite personagens
Você não está escrevendo um conto! As crônicas misturam o jornalístico e o literário, elas falam de fatos, opiniões, ideias e, por isso mesmo, acabam se desconectando da ideia de personagens e, muitas vezes, também não tem cenário ou tempo.
Pense bem sobre como quer apresentar os fatos e ideias. Caso seja realmente necessário, por exemplo, quando o tema da crônica é baseado em uma breve interação entre duas pessoas, você pode incluir essas pessoas como personagens.
Contudo, lembre-se que o foco ainda é a maneira que você, autor, transmite essas informações e reflete sobre esses fatos, seja de modo lírico, humorístico, filosófico…
4. Não imagine demais
Novamente, não se esqueça: a crônica não é um conto. O texto que está escrevendo deve se basear em fatos e eventos reais, muitas vezes até banais. Por isso, pés no chão. Foque nos fatos, na vivência das pessoas.
Fantasiar só é permitido se estiver nítido que é a imaginação do cronista se desdobrando como resposta ao evento em foco. Ou seja, se o leitor puder participar do processo imaginativo e identificar a fantasia do autor como algo semelhante a uma divagação ou reflexão.
5. Respeite o tamanho da crônica
Crônicas são textos curtos, que tendem a falar de fatos cotidianos e cuja própria leitura deve ser feita de maneira rápida e leve.
Ela é feita levando em consideração o conhecimento de mundo do leitor. Ou seja, não são assuntos aprofundados, mas sim assuntos do senso comum, que estão em todos os jornais ou fazem parte do dia-a-dia de qualquer brasileiro.
Para não escrever demais e extrapolar os limites de uma crônica, você pode reduzir seu texto ao economizar nas palavras. Nada de descrições detalhadas demais, nem floreios e enfeites para embelezar seu texto.
Ainda que sua crônica seja lírica, não é necessário usar palavras “difíceis” e “bonitas”. Basta usar uma boa dose de sentimento. A beleza também está na simplicidade.
6. Revise sua crônica
Assim como qualquer texto, a crônica também merece revisão e edição adequadas. Leia e releia. Corrija mais do que os erros gramaticais. Verifique a fluidez do texto, troque palavras caso necessário e remova trechos que não adicionam em nada à qualidade da crônica.
Lembre-se também de conferir consigo mesmo se o texto que você escreveu é, de fato, uma crônica. Há personagens demais? Falta opinião? O estilo está errado? Reflita sobre essas questões.
Algumas perguntas que você pode fazer a si mesmo para avaliar sua crônica são:
O meu texto está curto?
A leitura do meu texto é leve?
A linguagem é simples e universal?
O meu texto contém elementos narrativos básicos?
O meu texto inclui minha visão pessoal sobre o tema?
O meu texto promove uma reflexão ou diverte os leitores?
Caso a resposta seja sim para todas as perguntas, então, parabéns, você escreveu uma crônica. Se não, pode ser que você tenha escrito um texto excelente para outro gênero, um texto que merece ser publicado e exaltado, mas ainda precise praticar mais na escrita de crônicas propriamente ditas.