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Império Otomano (em turco balúchi: دَوْلَتِ عَلِيّهٔ عُثمَانِیّه; transl.: Devlet-i ʿAliyye-yi ʿOsmâniyye ou عثمانلى دولتى; Osmanlı Devleti; em turco moderno: Osmanlı Devleti ou Osmanlı İmparatorluğu) também conhecido como Império Turco[1] ou Turquia Otomana,[2][3] foi um império fundado no fim do século XIII no noroeste da Anatólia na vizinhança de Bilecik e de Söğüt pelo líder tribal oguz Osmã I.[4] Depois de 1354, os otomanos cruzaram para a Europa, e com a conquista dos Bálcãs o Beilhique Otomano foi transformado em um império transcontinental. Os otomanos acabaram com o Império Bizantino com a conquista de Constantinopla em 1453 por Maomé, o Conquistador.[5]
Durante os séculos XVI e XVII, no auge de seu poder sob o reinado de Solimão, o Magnífico, o Império Otomano era um império multinacional e multilíngue que controlava grande parte do Sudeste da Europa, da Ásia Ocidental, do Cáucaso, do Norte de África e do Chifre da África.[6] No início do século XVII, o império continha 32 províncias e numerosos estados vassalos. Alguns deles foram mais tarde absorvidos no Império Otomano, enquanto outros foram concedidos vários tipos de autonomia ao longo dos séculos.[7]
Com Constantinopla como sua capital e controle de terras ao redor da bacia do Mediterrâneo, o Império Otomano foi o centro das interações entre os mundos oriental e ocidental por seis séculos. Apesar do declínio do império ser considerado uma consequência da morte de Solimão, esta interpretação não é mais apoiada pela maioria dos historiadores acadêmicos.[8] O império continuou a manter uma economia, sociedade e forças armadas flexíveis e fortes durante o século XVII e boa parte do XVIII. [9] No entanto, durante um longo período de paz de 1740 a 1768, o sistema militar otomano ficou defasado em relação aos de seus rivais europeus, como os impérios Habsburgo e Russo.[10] Consequentemente, os otomanos sofreram severas derrotas militares no final do século XVIII e início do XIX, o que os levou a iniciar um processo abrangente de reforma e modernização conhecido como Tanzimat. Assim, ao longo do século XIX, o Estado otomano tornou-se muito mais poderoso e organizado, apesar de sofrer mais perdas territoriais, especialmente nos Bálcãs, onde surgiram uma série de novos Estados.[11]
Os otomanos aliaram-se ao Império Alemão no início do século XX, com a ambição imperial de recuperar seus territórios perdidos, juntando-se à Tríplice Aliança na Primeira Guerra Mundial. O império foi capaz de se manter em grande parte do conflito global, apesar da Revolta Árabe em seus domínios. Com registros de antes da Primeira Guerra Mundial, mas com maior intensidade durante a guerra, várias atrocidades foram cometidas pelo governo otomano contra armênios, assírios e gregos pônticos.[12] A derrota do império e a ocupação de parte de seu território pelas Potências Aliadas após a Primeira Guerra resultaram na sua divisão e na perda dos seus territórios do Oriente Médio, que foram divididos entre o Reino Unido e a França. A bem sucedida Guerra de Independência Turca contra as potências ocupantes levou ao surgimento da República da Turquia no coração anatoliano e à abolição da monarquia e do califado otomano.