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Foi no ano de 2000 que o então presidente equatoriano Jamil Mahuad decretou a dolarização de seu país. Naquela época, o Equador atravessava uma crise econômica e inflacionária intensa, tendo sido essa a justificativa da adoção do dólar americano como moeda oficial
Dolarização é o processo no qual um país abdica de ter sua própria moeda para adotar o dólar. Existem dois tipos de dolarização, a oficial, como o processo ocorrido no Equador, em que um governo decreta que abre mão de ter sua própria moeda em favor do dólar, ou informal, quando o país ainda tem a sua própria moeda, mas o dólar é aceito pela população como moeda nas transações comerciais internas.
Tendo em vista esta distinção, pode-se dizer que outros países da América Latina, como a Argentina, por exemplo, já são informalmente dolarizados. Isso porque a crise econômica lá fez com que os próprios argentinos passassem a aceitar notas de dólar para fugir da desvalorização do peso argentino.
Um dos motivos que levam a dolarização (oficial ou informal) é a alta aceitabilidade, conversibilidade e confiabilidade do dólar americano. Isso significa que o dólar é aceito em grande parte do mundo, fácil de ser trocado pela grande maioria das moedas nacionais e perde pouco do seu valor com o tempo. Além disso, os Estados Unidos são a maior e mais sólida economia do mundo atualmente, sendo o país mais seguro para se investir. Portanto, é comum que muitos investidores prefiram apostar nos EUA e ter suas reservas internacionais em moeda americana.
Países historicamente alinhados ou geograficamente próximos aos Estados Unidos sofrem uma influência ainda maior da moeda americana. Por essa razão é comum usarem o dólar como “âncora” cambial (ato de apoiar uma moeda nacional em alguma moeda internacional) em momentos de crise. A crise econômica da Argentina na década de 80 é
Moedas como o yuan chinês e o rublo russo estão na parte inferior (azul) da pirâmide monetária. Enquanto isso, o franco suíço pode constar na parte intermediária (verde) da pirâmide. Vale lembrar que enquanto mais para cima estão as moedas na pirâmide maior será sua confiabilidade e utilização no sistema internacional.
A dolarização apresenta pontos positivos e negativos para a economia daqueles que passam a aderí-la, tanto oficialmente como informalmente. Portanto, precisamos entender seus prós e contras para saber como ela age economicamente dentro de um Estado.
O motivo principal que leva nações a adotarem a dolarização é a necessidade de se conter a inflação, processo no qual o dinheiro perde seu valor com o tempo. Por ser uma economia grande e dinâmica, a taxa de inflação anual dos Estados Unidos não passa dos 6% desde a década de 90, valor desejado por muitas economias mundo afora. Assim, se determinado país adotar o dólar como sua moeda oficial, ele invariavelmente obterá taxas de inflação
Dolarizar implica invariavelmente na perda de autonomia financeira. Os críticos da medida sempre enfatizam que as decisões monetárias feitas pelos Estados Unidos nem sempre seriam benéficas para as nações dolarizadas. Imagine um cenário em que o desemprego americano está muito alto.
Já no caso do Equador, país que no fim dos anos 1990 atravessava a maior crise econômica de sua história, o Sucre (moeda equatoriana da época) desvalorizou-se fortemente, desequilibrando toda a economia. Assim o país decidiu, no ano 2000, por dolarizar-se formalmente para tentar conter os efeitos dessa crise. Nesse momento, o país andino acabou se tornando a maior economia da história a tomar tal medida. Pode-se dizer que após o Equador fazer do dólar a sua moeda oficial, as vantagens foram a estabilidade monetária, onde a inflação que era de 91%, em 2000, caiu para 22,4% no ano seguinte à adoção. Mas ocorreram desvantagens como deixar o país mais vulnerável a problemas
A dolarização pode ser pensada como uma ferramenta para controlar situações de crise e de inflação, mostrando-se eficaz em alguns Estados no tocante a este objetivo. No entanto, também os trouxe limitações no sentido de tirar a autonomia financeira do país e o deixar mais vulnerável a choques externos. De qualquer maneira, é sempre importante levar em consideração as particularidades de cada país ao se adotar uma política econômica dessa magnitude, como os seus interesses de desenvolvimento a longo prazo, seus parceiros comerciais e seu nível de inflação, pois enquanto para alguns países tal processo pode ser benéfico, para outros a dolarização pode trazer mais prejuízos do que soluções.
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Espero ter ajudado