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o ouro vem das regiões mais profundas do planeta, cujos movimentos internos favorecem a subida e a concentração do metal na superfície. Esse processo foi percebido na Patagônia, sul da Argentina, onde existem grandes reservas de ouro.
José María González Jiménez, pesquisador da Universidade de Granada, explicou que o interior da Terra é dividido em três grandes camadas: núcleo, manto e crosta, e nessa última é que se encontra a maioria absoluta dos metais. Porém, de acordo com o estudo, o ouro é criado no manto, profundo a camada intermediária que fica a cerca de 70 km da superfície: “Essa distância ainda é inacessível para os homens, uma vez que não possuímos os meios para alcançar o manto”, disse Jiménez.
Porém, alguns fenômenos na natureza, como as erupções vulcânicas, trazem para a superfície fragmentos do manto chamados de xenólitos. Ao estudar esses fragmentos, os cientistas encontraram minúsculas partículas de ouro originárias do manto profundo. Em entrevista ao site Science Daily, Jiménez disse que “essa história remonta a 200 milhões de anos, quando a África e a América do Sul faziam parte do mesmo continente”.
A separação foi causada, entre outros fatores, pela ascensão de uma “pluma do manto profundo” que quebrou a crosta terrestre. “A subida dessa pluma gerou uma verdadeira fábrica de elementos químicos que enriqueceu o manto com metais, o que geraria mais tarde as condições para a criação de depósitos de ouro”, afirmou o pesquisador espanhol. Ele disse que a descoberta pode representar um avanço nas técnicas de exploração do ouro, com base na análise mais minuciosa das profundezas do manto, e não apenas das imagens de superfície.
É evidente que a raridade é o que torna o ouro tão precioso e, se a quantidade existente aumentar muito, o preço cairá. Mas, independentemente das leis do mercado, o ouro é valioso também por suas propriedades inigualáveis e pela possibilidade de utilização em vários setores da indústria de precisão.
Calcula-se que mais de 125 mil toneladas de ouro já tenham sido extraídas no mundo, principalmente a partir do final do século 19. Segundo o site Global Intergold, cerca de 75 mil toneladas (60% do total) pertencem a bancos estatais e governos e 34 mil toneladas são usadas como reservas de países, o que representa um valor em torno de 400 bilhões de dólares.
Hoje, a produção mundial é de aproximadamente 2.500 toneladas por ano e a China lidera esse ranking, seguida pela África do Sul, Austrália, Estados Unidos e Peru. As reservas brasileiras, de acordo com o Global Intergold, somam cerca de 2% do total mundial, distribuídas entre os estados de Minas Gerais (48%), Pará (37%), Goiás (6,0%), Mato Grosso (3,5%), Bahia (3%) e outros (2,5%).
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