Cena 2 – Agulha e Linha dialogando
Agulha: Por que você está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma
coisa neste mundo?
Linha: Me erra, amiga.
Agulha: Por quê? Na real! Você está com um ar insuportável? INSUPORTÁVEL... IN-SU-POR-TÁ-VEL...
Você sabe! Digo o que me der na cabeça.
Linha: Que cabeça, amiga? Você não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que importa o meu
jeito? Cada um na sua. Se liga! Me deixa!
Agulha: Como você é afrontosa!
Linha: Sou.
Agulha: Mas, criatura, por quê?
Linha: Essa é boa! Olha o bullying! Sou eu que alinhavo roupas, prendo botões etc. etc. etc.
Agulha: Você? Esta agora é melhor. Você faz tudo sozinha? Você ignora que quem te ajuda sou eu?
Linha: Você só abre caminho, mais nada. Sou eu que prendo um pedaço ao outro, dou feição aos
babados...
Agulha: Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que faz tudinho
o que mando...
Linha: Vai na frente pra abrir caminho pra mim. Né, miga! Eu sou a celebridade!
Agulha: Celebridade!
Linha: Verdade seja dita: você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai
fazendo o trabalho pesado... Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Adolescente 1: Estavam nisto, quando a costureira chegou, pegou o pano, pegou a agulha, pegou a
linha, colocou a linha na agulha, começou a costurar.
Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos
ágeis da costureira.
Agulha: Então, Linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se
importa comigo?
Adolescente 1: A linha não respondia nada; ia andando, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz,
e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também,
e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da
agulha no pano.
Cena 3 – Desfecho do embate
Adolescente 1: Veio a noite do baile, e a formanda vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o
vestido da menina, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando,
acolchetando, a linha, para tirar sarro da agulha, perguntou:
Linha: Ora! Fala quem é que vai ao baile, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai
dançar a valsa dos 15 anos?
Alfinete (para a agulha): Anda, aprende, bobinha. Você se cansa de abrir caminho para ela e ela é que
vai curtir a vida... E agora? Taí na caixinha de costura. Faça como eu, que não abro caminho pra ninguém.
Onde me colocam, fico.
1- Por que houve discussão entre a linha e a agulha?
2- Qual a função da linha?
3- Qual a função da agulha?
4- “Era uma vez” pode ser substituída por qual outra expressão de semelhante significado?
5- Que tipo de narrativa inicia-se com a expressão “Era uma vez”?
6- A expressão “Agulha não tem cabeça”, na linguagem conotativa pode ser entendida como?
7- Qual o tema discutido no texto? Assinale as alternativas corretas:
( ) orgulho ( ) vaidade ( ) humildade ( ) modéstia ( ) bondade ( ) simplicidade ( ) egoísmo
8- De acordo com o texto, quem era orgulhosa e por quê?
9- Retire do texto, a onomatopeia (figura de linguagem que reproduz palavras que imitam sons),
utilizada pelo autor e diga o que ela está representando.
user2809:
alguém respondeee. POR FAVORRRRR
Respostas
respondido por:
3
1 - Uma estava querendo ser mais que a outras porem as duas precisam uma da outra para funcionar
2 - Alinha a roupa e puxa tudo
3 - Fura tudo para abrir o caminho
4 - “Certa vez”
5 - Usada bastante em narrativas, bem como contos de fadas
6 - Da a entender que a agulha não pensa, não é inteligente
7 - Orgulho (X)
8 - A agulha e a linha, pois as duas acreditavam não precisar uma da outra, que uma era mais importante que a outra.
9 - plic-plic plic-plic, o som da agulha no pano
Espero ter ajudado anjo
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