• Matéria: Geografia
  • Autor: alissonipatinga
  • Perguntado 6 anos atrás

qual e a técnica utilizada nos tecidos africanos ?


alissonipatinga: mds os cara so copia do google

Respostas

respondido por: negona86
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Resposta:

Entre as numerosas técnicas têxteis exploradas pelos africanos, existem duas, além da tecelagem já citada. A primeira são as aplicações em tecidos e a segunda são os trabalhos realizados com miçangas.

 

As aplicações são pedaços de tecidos que se adicionam a outro tecido base já pronto. Na África, a origem dessa técnica está associada aos aborígenes e foi difundida por todo o continente.

 

Entre os africanos, as aplicações são usadas em roupas de cerimônia, banners e flâmulas, e têm significados muito precisos. A roupa identifica e distingue o usuário e é um código de leitura para quem olha. Os banners recordam os feitos militares de oficiais e as flâmulas contam, em cenas narrativas, esses feitos.

Explicação:

Os trabalhos com miçangas aparecem tanto aplicados aos tecidos quanto em adornos. O sul da África tem grande tradição nesse tipo de trabalho. No século 16, o comércio de miçangas de vidro foi introduzido pelos portugueses, que trocavam essa mercadoria por escravos, ouro e marfim. As miçangas, que eram fabricadas na Europa, eram destinadas ao comércio no continente africano. Um dos principais centros produtores era a cidade de Veneza.

No século 18, devido à expansão do Império Zulu, houve uma maior penetração do comércio de miçangas, na região ao norte da atual cidade sul-africana de Natal. O rei Shaka Zulu decretava quais os tipos de pedras que deveriam entrar em seu território e escolhia quem teria a honra de usá-las. Os comerciantes se reportavam primeiramente a ele para poder comercializar suas mercadorias, principalmente as contas de vidro.

 

No Império Zulu, além de mercadoria de troca, as miçangas eram um adorno espetacular na vida social e possuíam um significado cultural e simbólico. Nas variedades de cores das miçangas identificava-se a posição social e as façanhas extraordinárias individuais. Estilos particulares caracterizavam roupas masculinas em oposição às vestes femininas e distinguiam jovens de velhos, casados de solteiros, plebeus de nobres e senhores de servos. Grande quantidade de miçangas eram usadas nas vestimentas de uso diário de feiticeiros e médicos, diferenciando-os do restante da população.

 

Estas tradições sofreram contemporaneamente algumas transformações na vida cotidiana dos Zulus, principalmente com relação ao seu significado. A razão principal disso está diretamente ligada à colonização e às religiões que passaram a se difundir após a chegada dos colonizadores. Mesmo assim, as miçangas ainda guardam alguns simbolismos que estão diretamente ligados ao mistério que envolve esse intrincado sistema de comunicação não-verbal que a linguagem das miçangas transmite a quem as observa.

 

O ato de tecer ou bordar nas culturas africanas implica em não confundir o uso dos tecidos com uma simples cobertura para o corpo mas, ao contrário, os africanos consideram o pano como uma segunda pele. Metaforicamente, entendem que o fio que tece o tecido é o mesmo fio que tece a vida, com sua sucessão de idas e voltas num determinado ciclo de existência.

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