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Poesia: A CAMINHO DE CASA
A caminho de casa
havia um banco
onde os velhos se sentavam
ao sol nas tardes mornas de primavera.
A caminho de casa
havia uma caixa de correio
que abrigava as cartas de amor.
A caminho de casa
havia um parque
repleto de crianças, brincadeiras e liberdade.
A caminho de casa
havia uma escola toda branca
que cheirava a livros e lápis de cor.
A caminho de casa
havia uma árvore
e, nela, um ninho de pássaros.
A caminho de casa
havia uma fonte
que matava nossa sede nos dias de verão.
Agora minha casa está em ruínas.
Destruíram o caminho que levava até ela.
Não há mais bancos nem tardes de primavera.
Não há mais caixas de correio nem cartas de amor.
O parque desapareceu, mas a inocência, não.
Nunca mais verei aquela escola toda branca, os lápis de cor, os livros.
Nunca mais aquela árvore nem seu ninho de pássaros.
Nunca mais verei aquela escola toda branca, os lápis de cor, os livros.
Nunca mais aquela árvore nem seu ninho de pássaros.
Não poderemos matar nossa sede na mesma fonte.
Eu pensava que a realidade era apenas um pesadelo,
mas as lágrimas tiraram toda a poeira de meus olhos.
O caminho de casa
agora é um lugar de escombros,
de dor, de vazio, de silêncio.
Algum dia
há de haver, novamente
um caminho que leve a alguma casa.
Nele haverá um banco,
uma caixa de correio,
um parque,
uma escola,
uma árvore,
uma fonte…
E voltaremos a nos sentir livres,
ainda que sem entender
tudo o que aconteceu.
Ana Tortosa
→ Espero ter ajudado, bons estudos :))