• Matéria: História
  • Autor: slauai
  • Perguntado 6 anos atrás

1 -Qual a principal diferença entre as expedições bandeirantes e as expedições jesuítas em território brasileiro?
2- Quais eram os tipos de expedições Bandeiras que existiram no Brasil?
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Respostas

respondido por: arthurassuncaot
4

Resposta:

Este artigo analisa o papel dos índios, jesuítas, bandeirantes e espanhóis no Guairá,

durante os séculos XVI e XVII, isto através da discussão das expedições que

percorreram a região e das diferentes posições que assumiram esses personagens.

Assinalando que não é possível reduzir essas relações a simples perspectivas

dicotômicas.

Palavras-chave:

Índios, jesuítas, Guairá. Abstract

A princípio tudo representava um panorama selvático. O seio da terra virginal,

recoberto de florestas seculares, abrigava tesouros inestimável de fecundação e

fertilidade prontos para fornecerem colheitas dadivosas (….) Havia, de primeiro, a

terra protegida pela floresta imensa. E lentamente a floresta, a floresta tão exuberante

e impenetrável cedia lugar àqueles homens intrépidos e valentes.

Frases como essas, de diferentes autores, são comuns nos escritos, oficiais ou não, sobre

o norte e outras regiões do Paraná reocupados pela sociedade nacional e paranaense nos

séculos XIX e XX

Construiu-se a ideologia de que esses territórios indígenas estavam vazios, desabitados

e prontos a serem ocupados. Essa construção ocorreu dentro dos marcos da expansão

capitalista que incorporou essas novas áreas ao seu sistema de produção.

Os agentes dessa construção são muitos: desde a história oficial das companhias

colonizadoras; os discursos governamentais; os escritos que fazem a apologia da

colonização; os geógrafos que escreveram sobre a ocupação nas décadas de 30 a 50 do

século XX; a historiografia paranaense produzida nas universidades e, por fim, os livros

didáticos que, se utilizando dessas fontes, repetem para milhares de estudantes do

Estado a idéia de que as terras indígenas do terceiro planalto do Paraná constituíam um

imenso “vazio demográfico” pronto a ser ocupado pelos pioneiros. Com isso retira-se,

elimina-se propositadamente da história regional as populações indígenas que aqui

viviam e resistiram a conquista de suas terras e a destruição de seu modo de vida.

Recolocando as populações indígenas enquanto sujeitos ativos da história, percebemos

que os territórios localizados entre os rios Paranapanema, Tibagi e Ivaí, hoje

denominados de Norte e Noroeste do Paraná, foram ocupados, desde tempos

imemoráveis. E desde a chegada dos brancos europeus no novo continente iniciou-se a

guerra de conquista contra as populações indígenas que aqui viviam. Guerra entendida

no sentido dado por Antônio Carlos de Souza Lima: um processo que requer uma

organização militar conquistadora que age em nome de um Deus, uma Nação, um Rei,

Império, etc; um povo de onde se origina o conquistador e que lhe dá uma identidade

social e uma direção comum; e o botim, composto pelo povo conquistado com seus

territórios e riquezas que são mercantilizadas. E conquista, quando parte do povo  

conquistador fixa nos territórios conquistados; fazem a exploração sistematizada do

butim e passam a veicular os elementos básicos da cultura invasora através de

instituições concebidas para tanto.

A guerra de conquista iniciou-se nas primeiras décadas do século XVI com as

expedições portuguesas e espanholas que cruzaram a região em busca de metais,

escravos, e de uma rota ao Paraguai e Peru. Acentuou-se no seiscentos com a

implantação das Reduções Jesuíticas no Guairá e com as bandeiras paulistas que

invadiram a região capturando índios. Prosseguiu no século XVIII com a descoberta de

ouro e diamantes no rio Tibagi e com as expedições militares que construíram

fortificações e transitavam pelo território rumo ao Mato Grosso. Recrudesceu no

novecentos com a ocupação das terras da bacia norte do rio Tibagi, e a partir da segunda

metade do século XVIII, com a invasão dos campos do cacique Kaingang Inhoó, pelos

grandes fazendeiros dos Campos Gerais paranaense na expansão de seus domínios. No

século XX a guerra de conquista continuou sob o manto da “colonização pacífica e

harmoniosa”, levada adiante pelas companhias de terras que ocuparam, lotearam e

venderam os antigos territórios indígenas com o aval institucional do Estado do Paraná.

1.1. As expedições que cruzaram os territórios indígenas no século XVI

Os contatos dos brancos europeus com os grupos indígenas que habitavam a região

ocorreu no início do século XVI, com as primeiras expedições portuguesas e espanholas

que passaram pelo Guairá rumo ao Paraguai e ao Peru para reconhecer o interior dos

seus territórios, em processo de conquista e guerra contra os indígenas.

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