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Chamamos de Alto Império o período que se estende da sagração de Otávio (ver o texto Império Romano - República - Da crise ao Principado), em 27 a.C, até meados do século 3 d.C. Basicamente, esse é o período de consolidação e apogeu do poder romano.
A ordem política imperial teve como elemento mais importante a centralização das decisões nas mãos do imperador. A manutenção do Senado - necessária por ser ele a mais tradicional instituição romana e para impedir a caracterização de um regime despótico - foi acompanhada de uma drástica redução do seu poder efetivo, restando-lhe apenas a administração da Itália e das províncias sem guarnições militares (Províncias Senatoriais).
O imperador controlava a religião, o Exército, as funções legislativa e judiciária, as finanças do Estado, a política externa e as províncias mais importantes. A redução do poder do Senado causou choques entre este e o poder imperial, choques que sempre foram resolvidos pelo uso da força militar, na qual se apoiava o imperador.
O Exército, com um efetivo de mais de 300.000 homens, foi estacionado ao longo das fronteiras do Império, o chamado limes, para resguardar Roma dos ataques bárbaros. O Exército era composto por uma força profissional (as legiões, de recrutamento obrigatório entre os cidadãos romanos) e por forças auxiliares, de recrutamento provincial. Otávio Augusto criou também uma força militar de elite, a Guarda Pretoriana, aquartelada em Roma, para a proteção pessoal do imperador.
Organização social e econômica do Império
A sociedade foi dividida em três ordens, segundo um critério censitário: a Senatorial, que possuía privilégios políticos; a Equestre, que permitia o acesso aos cargos públicos; e a Inferior, que abrangia a maioria dos cidadãos. Com isso, Otávio ganhava o apoio dos comerciantes ricos, enquanto que, como forma de compensar a perda de poder do Senado, cumulava os senadores com regalias que os tornavam dependentes do poder imperial.
O controle sobre a plebe era efetuado por meio da política de concessão de alimentos, política essa iniciada por Júlio César e ampliada por Otávio. A isso se somou a criação de grandes espaços públicos para a realização de jogos, corridas de bigas e combates de gladiadores, de modo a dar à plebe uma forma de diversão que permitisse manter a revolta social em um nível controlável. Era a política do "pão e circo". Ao mesmo tempo, o controle sobre a massa de escravos era realizado por uma ampla política repressiva, natural num Estado plenamente militarista como era o Império Romano.
Em termos econômicos, o Império assentava-se sobre o trabalho escravo e o domínio das províncias. O escravo era a base de toda a produção romana, tanto na agricultura quanto na mineração. Era também largamente empregado em atividades não produtivas, notadamente urbanas: professores, serviçais domésticos, músicos, etc.
Quanto às províncias, eram fundamentais não apenas pelos tributos que pagavam, mas também pelo comércio altamente lucrativo que Roma mantinha com elas, permitindo o escoamento da vasta produção dos latifúndios escravistas.
A plenitude do Império
A consolidação do poder romano explica-se, em grande parte, pelo refreamento do ímpeto das conquistas. Se comparado ao período da República, o Império representou muito mais uma fase de consolidação das fronteiras e do domínio romano do que propriamente