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No dia em que a destruição do Pantanal pelas queimadas chegou a quase 3 milhões de hectares (equivalente à área da Bélgica), oito países europeus enviaram hoje uma carta aberta ao vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, para protestar contra a política ambiental brasileira.
Os países afirmam que nos últimos anos o desmatamento aumentou no Brasil em ritmo alarmante e que estão "profundamente preocupados" com os efeitos dessa destruição para o desenvolvimento sustentável do país.
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No dia em que a destruição do Pantanal pelas queimadas chegou a quase 3 milhões de hectares (equivalente à área da Bélgica), oito países europeus enviaram nesta quarta-feira (16/9) uma carta aberta ao vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, para protestar contra a política ambiental brasileira.
Os países afirmam que nos últimos anos o desmatamento aumentou no Brasil em ritmo alarmante e que estão "profundamente preocupados" com os efeitos dessa destruição para o desenvolvimento sustentável do país.
A carta foi enviada pelos países que participam da declaração de Amsterdã, uma parceria entre nações para promover sustentabilidade e cadeias de produção de commodities que não cause a destruição de florestas. Participam Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca, Noruega, Países Baixos e Bélgica.
"Durante muito tempo o Brasil liderou a redução do desmatamento na Amazônia através do estabelecimento de instituições científicas independentes que garantem monitoramento rigoroso e transparente, de agências de controle competentes e do reconhecimento de territórios indígenas. Nos últimos anos, no entanto, o desmatamento tem crescido em ritmo alarmante, como foi documentado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)", diz a carta.
Questionada internamente por entidades científicas, ambientalistas e até pelo Ministério Público, a política ambiental do governo é o principal ponto mencionado pela carta dos países da declaração de Amsterdã.
Eles afirmam que as preocupações com a situação ambiental no Brasil atingem consumidores, negócios, investidores e a sociedade civil na Europa.
"Na Europa, existe um legítimo desejo de que os alimentos à disposição sejam produzidos de forma justa, ambientalmente segura e sustentável", afirma a carta. "Fornecedores, comerciantes e investidores estão respondendo (à essa preocupação) incorporando esse desejo em suas próprias estratégias corporativas."
O desmatamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para que empresas e investidores mantenham seus critérios de sustentabilidade, diz a carta.
"Nossos esforços coletivos para gerar mais investimento financeiro em produção agrícola sustentável (...) também poderia dar apoio ao crescimento econômico brasileiro", afirmam os países. "No entanto, já que os esforços europeus buscam formar cadeias de produção livres de desmatamento, a atual tendência de desmatamento no Brasil está está tornando cada vez mais difícil para que empresas e investidores mantenham seus critérios de sustentabilidade."
"No passado, o Brasil mostrou que é capaz de expandir a produção agrícola ao mesmo tempo em que reduz o desmatamento", também afirma o documento.
As nações que assinam o documento afirmam que "esperam um comprometimento renovado e firme do governo do Brasil para reduzir o desmatamento que seja refletido em ações reais e imediatas".
Os países afirmam também que estão prontos para discutir formas de ajudar o Brasil a melhorar a sustentabilidade e dar suporte a um "setor agrícola sustentável" no país.