• Matéria: ENEM
  • Autor: melissa1486
  • Perguntado 6 anos atrás

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Em O gigante egoísta, de Oscar Wilde, o que fez o gigante mudar o seu
comportamento com as crianças​

Respostas

respondido por: KarolyneFilter16
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Resposta:Tradução: Igor Barbosa

TODAS as tardes, depois de voltar da escola, as crianças costumavam ir brincar no jardim do Gigante.

Era um lindo e amplo jardim, cuja grama era verde e macia. Aqui e ali, espalhadas pelo chão, apareciam flores lindas como estrelas, e doze pessegueiros que na Primavera floresciam em tons de rosa e de pérola, e no outono davam frutos deliciosos. Os pássaros pousavam nos ramos das árvores e cantavam tão docemente que as crianças às vezes paravam suas brincadeiras para ouvi-los. “Que felicidade poder ficar aqui!”, elas diziam umas às outras.

Um dia o Gigante apareceu. Ele voltava de uma visita ao seu amigo, o Ogro da Cornualha, em cuja companhia passou sete anos. Ao fim dos sete anos, ele já tinha dito tudo que tinha para dizer, porque era um gigante de poucas palavras, e decidiu voltar para o seu castelo.

Quando chegou, viu as crianças brincando no jardim.

“O que vocês estão fazendo aqui?” ele berrou, grosseiramente; nisso, as crianças saíram correndo.

“O jardim é meu, só meu” disse o Gigante; “qualquer um consegue entender isso! Eu não permito que ninguém brinque nele, além de mim”. Então ele construiu um muro altíssimo, ao redor do terreno, e neste muro pendurou uma placa:

INVASORES

SERÃO

PROCESSADOS

Ele era um Gigante muito egoísta.

*

As pobres crianças não tinham mais onde brincar. Tentaram brincar na estrada, mas a estrada era muito poeirenta e cheia de pedras duras, e as crianças não gostaram de brincar lá. Elas começaram a passear em torno do muro depois das aulas, e conversar sobre o lindo jardim que havia do outro lado.

“Que felicidade era poder ficar lá dentro”, elas diziam umas às outras.

Então chegou a Primavera, e florzinhas e pássaros apareceram em todos os lugares. Apenas no jardim do Gigante Egoísta o Inverno não acabou. Os pássaros não se lembraram de cantar lá, pois não havia nenhuma criança para ouvi-los, e as árvores se esqueceram de florescer. Uma flor se ergueu da grama, mas quando viu a placa sentiu tanta pena das crianças que se deitou novamente, e foi dormir. As únicas satisfeitas eram a Neve e a Friagem. “A Primavera esqueceu este jardim,” elas diziam, “então viveremos aqui o ano todo”. A Neve cobriu a grama com seu manto branco, e a Friagem pintou as árvores de prata. Então, elas convidaram o Vento Norte para visita-las, e ele veio, embrulhado em peles, e gemia todos os dias pelo jardim, e derrubava as coisas no chão. “Este lugar é uma maravilha,” ele disse; “vamos convidar o Granizo também!”

Veio o Granizo. Todos os dias, durante três horas, ele se jogava sobre o chão do castelo até quebrar muitas das ardósias, e depois ele corria em volta do jardim tão rápido quanto podia. Ele se vestia de cinza, e seu hálito era gelado.

“Não entendo porque a Primavera está tão atrasada,” dizia o Gigante Egoísta, sentado à janela e olhando seu frio e branco jardim; “espero que o tempo mude logo.”

Mas a Primavera não veio, nem o Verão. Com o Outono todos os jardins receberam frutos, menos o do Gigante. “O gigante é muito egoísta,” ele disse. Portanto, o inverno lá era permanente, e o Vento Norte, o Granizo, a Friagem e a Neve dançavam entre as árvores.

*

Certa manhã, o Gigante estava deitado em sua cama, sem dormir, quando ouviu uma linda melodia, que soou tão doce aos seus ouvidos que ele pensou que fossem a banda dos músicos do Rei passando. Na verdade, era só um passarinho cantando do outro lado da janela, mas fazia tanto tempo que ele não ouvia o canto de um pássaro em seu jardim, que ele achou aquela música a mais linda do mundo. Então o Granizo parou de rodar sobre sua cabeça, e o Vento Norte se calou, e um perfume delicioso chegou a ele através da janela aberta.

“Acho que a Primavera chegou, afinal,” disse o Gigante, e pulou da cama, olhando para fora.

E o que ele viu?

*

espero ter ajudado

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