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A construção do mito do gaúcho é recente e envolve pessoas de etnias diferentes. É comum encontrar descendentes de imigrantes alemães, italianos, poloneses, judeus, árabes e japoneses com indumentária gaúcha (pilchas) em danças coreografadas e falando palavras do português arcaico com sotaque que denuncia sua origem diversa da tradição da Campanha platina.
Emílio Coni, pesquisando a documentação encontrou relatos sobre o gaúcho, que vivia no meio de índios pampeanos, roubando e matando o gado dos fazendeiros. Sua data mais antiga é 1617, "mozos perdidos" que viviam na proximidade de Santa Fé, atual Argentina. Em 1642, o cabildo de Buenos Aires referiu-se a bandidos chamados de "cuatreros e vagabundos", que assolavam os campos. Em 1686 os jesuítas registraram os vagos ou vagabundos que pilhavam as estâncias das Missões. No início do século XVIII grupos de homens matavam o gado da Vacaria do Mar para tirar o couro, se pagavam imposto eram chamados de "faenero", se não pagavam, eram "changadores" (Coni, 1969, p. 66-70).
Em 1750 apareceram os termos gaúcho e gaudério para designar esses marginais que viviam da pilhagem na capitania de Rio Grande de São Pedro. Em 1800, os malfeitores da Campanha sul-rio-grandenses foram denominados de gaúchos. Durante a época de safra, de novembro a março, esses gaudérios conseguiam emprego temporário nos rodeios e domas nas fazendas de criação de gado. Durante a Revolução Farroupilha o termo gaúcho tinha sentido pejorativo.
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