• Matéria: Ed. Física
  • Autor: leonardomattosbarzon
  • Perguntado 5 anos atrás

Como podemos considerar uma atividade de aventura?​

Respostas

respondido por: wolfinho296
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Resposta:

Embora a aventura, como experiência subjetiva da busca de emoções frente ao inusitado, talvez seja uma constante antropológica, é na contemporaneidade que se experimenta uma diversificação de atividades de aventura, na perspectiva do lazer. Em tese, elas estão ligadas a sensações de risco e vertigem, exacerbações controladas das emoções e, em muitos casos, congraçamento com a natureza e com outras dimensões sensíveis, cuja busca de revalorização aponta para um diferencial dessas práticas em relação aos esportes convencionais (BRUHNS, 2003; SCHWARTZ, 2006; MARINHO, 2008).

Nesse debate, concorrem diferentes propostas de delimitação do objeto: AFAN - Atividades Físicas de Aventura na Natureza (BETRAN, 2003), Práticas corporais de aventura (INÁCIO et al, 2005), Esportes radicais (UVINHA, 2001), Esportes na natureza (DIAS, 2007), esportes de ação (BRANDÃO, 2010), entre outras propostas. As características listadas para cada termo nem sempre coincidem, mas é bastante recorrente a denominação esporte, seguida por algum adjetivo como vertigem, risco ou aventura.

Diante do não-estabelecimento de um acordo terminológico, há uma tendência em considerar que o debate não evoluiu o suficiente para possuir consensos sobre a delimitação do objeto. Esse 'consenso da falta de consenso' e especialmente a minimização dos supostos danos dessa indefinição às pesquisas na área poderiam resolver a questão. Afinal, além de se tratar de um objeto novo, ele não experimentou a estabilidade - havendo a manifestação de novas experiências, muitas das quais são não-usuais (como a espeleologia urbana), podendo chegar ao caráter desviante. Logo, a preocupação conceitual talvez seja uma precipitação quando o próprio objeto está parcialmente visível.

Porém, para outros, é quando o fenômeno está borrado que a definição acadêmica se faz mais necessária, pois faz emergir o objeto de onde antes só se viam manifestações isoladas. Segundo Dias (2007, p. 2), "a ausência de preocupações dessa ordem permite que sob a ideia de lazer esportivo na natureza proliferem muitos conceitos. Cada um deles descreve um campo muito amplo e variado de expressão desse fenômeno cultural." Enfim, segundo esse autor, a imprecisão seria algo academicamente prejudicial e sua resolução merece ser tratada como relevante.

Diante de tal problemática terminológica, o diálogo central do texto será com o autor Cleber Dias, analisando o conceito Esportes na natureza. Para tanto, a partir dos argumentos de sua defesa, se estabelece juízo crítico sobre essa categoria, refutando ou corroborando sua contribuição para o entendimento dessas manifestações lúdicas que, em tese, recorrem a novas tecnologias, se diferenciam ética e esteticamente dos esportes convencionais e evocam sensações e relações diferenciadas com o meio.

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