o texto a seguir é o início de um relato de Antonio prata junte-se a um ou dois colegas e discutam de que modo o texto poderia ser organizado em parágrafos fazendo uso dos critérios que você aprendeu atenção os travessões que indicam parágrafos foram propositalmente suprimidos
Respostas
Resposta:
Antonio Prata
— Se você for sempre reto aqui, sabe aonde chega?
— Aonde?
— Na África.
— Mentira!
— Sério. Meu tio que me contou.
Eu e o Fábio Grande ficamos um tempo calados, os pés na areia e os olhos no
horizonte, recordando tudo o que já havíamos visto em livros, filmes e programas de
televisão sobre o Continente Negro.
— Tem leão na África – eu disse.
— Tem girafa também.
— E rinoceronte.
Depois de mais alguns segundos de silêncio contemplativo, o Fábio propôs:
— Vamos lá?
Estávamos na ilha de Itaparica, com a família do meu vizinho. Fábio ia pra
lá todo ano. Sabia subir em coqueiro e pegar siri com a mão, andava descalço na
areia sem queimar o pé e dava cambalhota na água sem tampar o nariz: me passava
segurança suficiente, portanto, para que eu topasse a expedição transatlântica.
Não sabíamos a que distância estávamos de nosso destino — o tio do meu amigo
havia dito apenas que “indo sempre reto aqui” dava na África, sem entrar em maiores
detalhes —, então resolvemos nos precaver: passamos em casa para pegar as pranchas
de isopor e, após vinte minutos e um rolo inteiro de fita-crepe, conseguimos colar
uma garrafa de Lindoia na frente de uma delas. Tudo pronto.
Estava claro que ultrapassar as ondas seria a parte mais difícil: se
conseguíssemos vencer aquela espessa barreira de espuma, o resto da jornada — a
se julgar pela aparente calma do mar aberto — seria bico. Enquanto Fábio decidia,
compenetrado, o melhor lugar para atravessarmos a arrebentação, ao seu lado, quieto,
eu aguardava instruções....