Respostas
A peça Auto da Barca do Inferno começa no momento em que um Fidalgo tenta entrar na barca do céu, mas o Anjo não permite e salienta que ele não tratara bem os pobres em vida. O Diabo, comandante da barca do inferno, aceita sua entrada, mas sem a luxuosa cadeira que carregava. Posteriormente, um agiota também tenta embarcar na arca que iria ao céu e recebe a recusa do Anjo, não havia espaço suficiente para toda a ambição do homem.
O próximo sujeito era de pouca inteligência, um Parvo. Devido à ausência de malícia em sua personalidade, o Anjo permite sua entrada. Em seguida, um Sapateiro embarca na barca do inferno, uma vez que não havia espaço na barca do céu para suas ferramentas de trabalho, instrumentos que utilizara para enganar seus clientes enquanto vivo.
Um Frade chega acompanhado de uma moça e o Parvo comenta sobre a união imoral do casal. Assim, ao reconhecer sua posição pecaminosa, o Frade embarca na barca do inferno. A próxima a chegar é uma Alcoviteira, que, ao importunar o Anjo, é encaminhada à barca do inferno por conta de seus atos terrenos. Da mesma forma, um judeu e dois burocratas que praticaram pecados utilizando seus poderes de influência.
Desfecho
O último a embarcar na barca do inferno foi um homem enforcado que acreditara ser uma forma santa de morrer. No fim, porém, não havia levado uma vida santa e acompanha o Diabo. A peça se encerra quando chegam os Quatro Cavalheiros os quais embarcam juntos ao Anjo, orgulhosos por morrerem em nome de Cristo na guerra contra os mouros.
Análise da obra e contexto histórico
Narrador: no início de cada cena há uma breve contextualização realizada em terceira pessoa.
Espaço: um rio onde dois barcos estão em uma espécie de cais, em um local mítico.
Tempo: o tempo é apenas mítico, não é possível defini-lo precisamente.
Foco narrativo: recai sobre a chegada de cada personagem e sua ida à barca do céu ou à barca do inferno.
Fatores externos: reinado de D. Manuel I, Humanismo, Grandes Navegações.