Amor é fogo que anda sem ver é ferida que dói e não se sente é um contentamento descontente é dor que desatina sem doer como está estruturado este poema de Camões ou seja Quantos versos e conta estrofe ele tem
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e com amor não se paga.
O verso inicial do poema, que se repete abaixo, parece resumir aquilo que o sujeito procura transmitir ao longo de toda a composição. "Eu te amo porque te amo", ou seja, o amor é apresentado como algo que não se pode explicar ou justificar.
Pelo contrário, trata-se de um sentimento que o sujeito não pode racionalizar, apenas sabe que está lá. No seu entendimento, o amor não exige que a outra pessoa se comporte de determinada maneira, não espera nada do outro.
Mais do que isso, faz com que o apaixonado aceite as suas falhas, os seus defeitos. Descrito como uma forma de encantamento, de "estado de graça", apresenta um poder transformador na vida do sujeito.
Drummond desconstrói o ditado popular que determina que "amor como amor se paga". Na sua perspectiva, não precisa ser correspondido para ser verdadeiro, não deve cobrar retribuição.
Segunda estrofe
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Na segunda estrofe, mantém a mesma linha de pensamento, afirmando que o amor não pode ser vendido nem comprado, é algo que damos sem esperar alguma forma de compensação.
Não se focando apenas no casal, o sentimento parece uma lente capaz de modificar tudo em volta, estando presente em todas as coisas: "no vento / na cachoeira, no eclipse".
Mesmo assim, ele "foge a dicionários" porque nenhuma definição será adequada ou abrangente o suficiente para explicá-lo. Da mesma forma, não segue um conjunto definido de regras: não podemos adivinhar o que vai acontecer, até onde o sentimento amoroso vai nos conduzir.
Terceira estrofe
Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Para amar alguém dessa forma, o sujeito afirma que não pode amar "bastante ou de mais" a si mesmo, já que a outra pessoa passa a ser prioridade, ficando muitas vezes na sua frente.
Isso porque o eu lírico acredita que não se pode trocar amor, e não está querendo convencer a outra pessoa a amá-lo de volta. Defende que "amor é amor a nada", ou seja, o sentimento existe e vale em si mesmo, "feliz e forte".
Assim, podemos depreender que só o fato de amar alguém altera o modo como vive e encara a realidade.
Quarta estrofe
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Nos versos finais do poema, define o amor como algo que pertence à família da morte, que é parecido com ela. No entanto, acaba sendo mais forte, porque consegue superá-la, existir para além dela.
Nesta estrofe, Drummond explica o caráter paradoxal do amor. Se por um lado, pode ser eterno, indestrutível, por outro, é extremamente frágil, e muitas vezes efémero, algo que pode durar para sempre ou desaparecer num segundo.
Significado do poema As Sem-Razões do Amor
O jogo de palavras presente no título do poema (a assonância entre "sem" e "cem") está diretamente relacionado com o seu significado. Ainda que alguém tente enumerar uma centena de razões para sua paixão, nunca será capaz de explicá-la.
Numa visão bastante madura, o poema descreve o amor com algo que acontece em nós e modifica tudo em volta. Ainda assim, ele deve ser generoso, não fazer cobranças, nem esperar nada em troca.
Lembrando que o sentimento pode viver eternamente ou morrer em um instante, sublinha o caráter contraditório e volátil do amor, onde parece residir também a sua magia