Chamou-me o bragantino e levou-me pelos corredores e pátios até ao hospício propriamente. Aí é que percebi que ficava e onde, na seção, na de indigentes, aquela em que a imagem do que a Desgraça pode sobre a vida dos homens é mais formidável. O mobiliário, o vestuário das camas, as camas, tudo é de uma pobreza sem par. Sem fazer monopólio, os loucos são da proveniência mais diversa, originando-se em geral das camadas mais pobres da nossa gente pobre. São de imigrantes italianos, portugueses e outros mais exóticos, são os negros roceiros, que teimam em dormir pelos desvãos das janelas sobre uma esteira esmolambada e uma manta sórdida; são copeiros, cocheiros, moços de cavalariça, trabalhadores braçais. No meio disto, muitos com educação, mas que a falta de recursos e proteção atira naquela geena social.
BARRETO, L. Diário do hospício e O cemitério dos vivos.
São Paulo: Cosac Naify, 2010.
No relato de sua experiência no sanatório onde foi interno, Lima Barreto expõe uma realidade social e humana marcada pela exclusão. Em seu testemunho, essa reclusão demarca uma
A
medida necessária de intervenção terapêutica.
B
forma de punição indireta aos hábitos desregrados.
C
compensação para as desgraças dos indivíduos.
D
oportunidade de ressocialização em um novo ambiente.
E
conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e periféricos.
Respostas
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Resposta:
Resposta: E
conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e periféricos.
Explicação:
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6
Resposta: Resposta ( E ) correta
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conveniência da invisibilidade a grupos vulneráveis e periféricos.