• Matéria: Português
  • Autor: nmenegoto
  • Perguntado 6 anos atrás

Leia o texto com atenção: A pouca divulgação também impediu que a maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917) viesse a constar dos manuais clássicos de nossa historiografia literária. A escritora, num fato inédito naquela época para uma mulher humilde, mulata e bastarda, conseguiu, em 1847, ser aprovada em concurso público para a cadeira de Instrução Primária, tendo exercido o magistério ao longo de boa parte dos seus noventa e dois anos de vida. De acordo com Zahidé Lupinacci Muzart (2000, p. 264), Maria Firmina publica Úrsula, em 1859, sendo este o “primeiro romance abolicionista e um dos primeiros escritos por mulher brasileira”, tendo ainda colaborado em diversos jornais, inclusive com o romance-folhetim Gupeva, de 1861, e o conto A escrava, em 1887. Muzart apoia-se na biografia elaborada por José Nascimento Morais Filho e em outros estudos, como de Luiza Lobo e Maria Lúcia de Barros Mott, para asseverar que “pela primeira vez o escravo negro tem voz e, pela memória, vai trazendo para o leitor uma África outra, um país de liberdade”. E destaca a personagem Mãe Susana, cuja inserção vai dar o tom de inovação e ousadia de Úrsula frente às demais narrativas abolicionistas: Mãe Susana vai contar como era sua vida na África, entre sua gente, de como se deu a prisão pelos caçadores de escravos e de como sobreviveu à terrível viagem nos porões do navio. É mãe Susana quem vai explicar a Túlio, alforriado pelo Cavaleiro, o sentido da verdadeira liberdade, que essa não seria nunca a de um alforriado num país racista (2000 : 266). DUARTE, Eduardo de Assis. Notas sobre a literatura brasileira afrodescendente. In: SCARPELLI, Marli Fantini e DUARTE, Eduardo de Assis (org). Poéticas da diversidade. UFMG, Belo Horizonte, 2002. De acordo com o texto e realizando uma correspondência histórica com o período nele assinalado, podemos afirmar que:

a) houve um silêncio a respeito de uma literatura produzida no século XIX por afrodescendentes que atuaram de forma contrária ao movimento abolicionista que teve curso por meio de leis antiescravistas.

b) Maria Firmina dos Reis produziu o primeiro romance abolicionista brasileiro, que foi fruto da falta de participação dos negros e mestiços no movimento contrário ao regime escravocrata.

c) a obra Úrsula afirmou um protesto em defesa da liberdade do escravo negro no continente africano, a exemplo do que ocorria no Brasil na primeira metade do século XIX por meio de alforrias.

d) a historiografia literária ignorou a obra de uma escritora mestiça que defendeu o abolicionismo, mas o defendeu de forma distinta dos outros abolicionistas, em uma época em que crescia a crítica ao regime escravocrata brasileiro.

e) Mãe Suzana expressa o descontentamento com a política de alforrias que constituiu o caminho mais conhecido de emancipação do escravo no Brasil do Segundo Reinado, opondo-se ao caminho da quebra da ordem escravista.
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Respostas

respondido por: tempocountry
7

Resposta:

é a B) espero ter ajudado


nmenegoto: Muito obrigada
deboracristinas234: É a letra D, não B
respondido por: lalabhz
7

Resposta:

D

Explicação: ESTÁ MAIS QUE CORRETA :   A historiografia literária ignorou a obra de uma escritora mestiça que defendeu o abolicionismo, mas o defendeu de forma distinta dos outros abolicionistas, em uma época em que crescia a crítica ao regime escravocrata brasileiro.

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