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Manuel Bandeira nasceu em 1886 e morreu em 1968. Na juventude, sua saúde frágil, devido à tuberculose, levou o poeta a uma vida de insegurança em relação ao futuro. Não obstante, em 1917, ele publicou seu primeiro livro de poesia: A cinza das horas. O caráter sombrio dessa obra é vinculado a elementos autobiográficos, pois foi escrita durante o período em que o poeta lutava contra sua doença.
Apesar de iniciar sua carreira literária com poemas em que eram evidentes os traços da poesia parnasiana e simbolista, Bandeira fez parte da primeira geração modernista. Assim, em 1930, publicou o livro Libertinagem, em que as características desse estilo, como o uso de versos livres e a liberdade de criação e de linguagem, estavam presentes, além da temática do cotidiano. Seus poemas mais famosos são Os sapos e Vou-me embora pra Pasárgada.Em 1917, o escritor publicou o seu primeiro livro: A cinza das horas. Nessas poesias, a melancolia mostra-se muito em função da doença do poeta. Como podemos verificar no poema Desencanto, escrito em 1912:
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
— Eu faço versos como quem morre.
O escritor não participou diretamente da Semana de Arte Moderna de 1922. Seu poema “Os sapos”, de seu livro Carnaval (1919), foi declamado pelo poeta Ronald de Carvalho (1893-1935). No entanto, Bandeira escreveu textos para as revistas vinculadas ao movimento modernista, como: Klaxon, Revista de Antropofagia, Lanterna Verde, Terra Roxa e A Revista.
Manuel Bandeira, além de poesias e crônicas, escreveu crítica literária, musical, de cinema e de artes plásticas. Foi também tradutor de, entre outras obras: Macbeth, de William Shakespeare (1564-1616); D. Juan Tenório, de José Zorilla (1817-1893); e O advogado do diabo, de Morris West (1916-1999).
O poeta morreu em 13 de outubro de 1968, no Rio de Janeiro. Em 19 de abril de 1986, em comemoração ao centenário de seu nascimento, foi inaugurado o Espaço Pasárgada, no casarão onde Bandeira vivera dos seis aos 10 anos, em Recife. A casa está aberta para pesquisas e eventos literários e possui o acervo de Manuel Bandeira.