Respostas
As mudanças ambientais já são há muito tempo objetos da arte. Por trás do verde idílico que os impressionistas pintavam, havia a fumaça negra das chaminés das fábricas. Uma das marcas da obra de Monet era o estudo da luz difusa, nessa busca se deparou com o Smog de Londres. Isso originou obras que mostram a fumaça de carvão cuspida pelas chaminés e trens na cidade.
Em um contexto contemporâneo, o movimento que junta arte e meio ambiente, a chamada arte ambiental, surgiu a partir da turbulência política e social dos anos 1960 e início dos anos 70. Artistas foram inspirados pela nova compreensão das questões ambientais, a grande urbanização e a ameaçadora perda de contato do homem com a natureza, bem como pelo desejo de trabalhar ao ar livre em espaços não tradicionais.
A arte ambiental se insere na arte contemporânea não como um movimento fechado, mas como um modo de fazer, uma tendência que perpassa diversas criações artísticas. A dialética entre o hedonismo e a sustentabilidade cada vez mais tem sido abordada, e é uma contraproposta às ordens sociais vigentes. Criticar publicamente o consumismo, o curto ciclo de vida dos produtos e a exploração de recursos é fazer ativismo ambiental, por mais que muitas vezes não esteja explícito no trabalho. Reverenciar a beleza da natureza, mesmo que pareça sem maiores preocupações ideológicas, também é um processo que reforça a necessidade de ações de preservação do meio ambiente.