Respostas
Resposta:Até ao início da crise na Ucrânia, a União e a Rússia desenvolveram uma parceria estratégica que abrangia, entre outros domínios, o comércio, a economia, a energia, as alterações climáticas, a investigação, a educação, a cultura e as questões de segurança, incluindo a luta contra o terrorismo, a não-proliferação nuclear e a resolução do conflito no Médio Oriente. A UE foi uma sólida defensora da adesão da Rússia à OMC (concluída em 2012). Recentemente, a questão da vizinhança partilhada tornou-se uma grande fonte de tensões. A anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em março de 2014 e as provas que confirmam o apoio prestado pela Rússia aos combatentes rebeldes no leste da Ucrânia desencadearam uma crise internacional. A UE procedeu à revisão da sua relação bilateral e suspendeu as cimeiras bilaterais regulares, o diálogo sobre o regime de emissão de vistos e as conversações sobre um novo acordo bilateral para substituir o APC. A UE segue atualmente uma abordagem dual em relação à Rússia, que combina uma política de sanções progressivas com tentativas para alcançar uma solução diplomática para o conflito no leste da Ucrânia. A participação da Rússia nos esforços desenvolvidos pelo grupo de países E3+3, de que resultou um acordo nuclear com o Irão em julho de 2015, suscitou expectativas de uma maior cooperação a nível internacional. No entanto, a súbita intervenção da Rússia no conflito sírio, desde setembro de 2015, em apoio do Presidente Bashar Al-Assad e campanhas de desinformação desencadeadas tanto na Rússia como fora dela agravaram as tensões com o Ocidente.
Aquando das eleições presidenciais de 2018, Vladimir Putin obteve o seu quarto mandato como presidente, com 76,69 % dos votos. À semelhança de ocasiões anteriores, o Parlamento Europeu não foi convidado a enviar uma missão de observação eleitoral. A legislação russa aprovada em 2012 visava a oposição e a sociedade civil. Centenas de ONG foram rotuladas como «agentes estrangeiros» e/ou «organizações indesejáveis» e as autoridades intensificaram o controlo dos meios de comunicação social e da utilização da Internet. A UE está preocupada com a situação do Estado de Direito, nomeadamente com a corrupção. Em 2017 e 2018, por instigação de Alexey Navalny, político da oposição, realizaram-se amplas manifestações contra a corrupção em toda a Rússia, a que as autoridades reagiram com severidade. A Comissão Central de Eleições e o Supremo Tribunal proibiram Navalny de se candidatar, devido a uma condenação anterior contestada. Em 2019, foi condenado a 30 dias de prisão pelo seu papel nas manifestações de 2018 e nos protestos subsequentes. As eleições legislativas de setembro de 2016 já tinham confirmado a predominância da presidência de Putin e a grande vitória do seu partido, «Rússia Unida».
Explicação: