Respostas
Resposta: oi em baixo ;)
Explicação: Encontrei em Minas – já o declarou Tarsila – as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Segui o ramerrão do gosto apurado… Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, tudo em gradações mais ou menos fortes, conforme a mistura de branco. Pintura limpa, sobretudo sem medo dos cânones convencionais. Liberdade e sinceridade, uma certa estilização que a adaptava à época moderna’. Nascem Morro da Favela [P074], Barra do Piraí [P071], O Mamoeiro (que tantas vezes vi em casa de Mário de Andrade). Nascem muitas telas. É 1924. É o ano da poesia Pau-Brasil, da pintura Pau-Brasil’.” Brito, Mário da Silva. Itinerário de Tarsila. Apud Amaral, A. 1969a, p. 40.
“E menos mecânico, mas igualmente ingênuo na pintura de cores chapadas e uniformes {do que São Paulo (Gazo) [P077] e 135831 [P076]}, de recorte nítido, como desenhos infantis, é O Mamoeiro (Petit pont ou Paisagem), tendendo mais para o rural, nas pedras-árvores, casinholas, grandes mamões redondos em hexagonal de esferas exuberantes, na soltura das três figuras atravessando a ponte e na espécie de mastro, um grande M em cima – eficaz, do ponto de vista construtivo, no equilíbrio das formas e cores de mais uma paisagem alegre.” Gotlib, N. 2000, p. 119.
“Morro da Favela [P074], Carnaval em Madureira [P072] e O Mamoeiro constituem as melhores ‘paisagens animadas’ de Tarsila, em que ela incorpora lembretes de sua vivência parisiense (a Torre Eiffel, as roupas no varal em cores da bandeira francesa etc.) à sociabilidade num bairro popular, habitado por trabalhadores, gente simples de cor, rodeados por animais domésticos e pela vegetação característica do país (cactos, pitas, palmeiras, bananeira, mamoeiro etc.). Tais elementos se distribuem em níveis articulados num terreno de inclinação acentuada, sinalizados por cercas, alpendres, pontilhões, numa imagem benfazeja de brasileiros pobres em seu meio ambiente.” Miceli, S. 2003, p. 139-140.
“A dúzia de ‘paisagens animadas’ pintadas por Léger em 1921 constitui o paradigma compositivo das telas mais significativas do período ‘pau-brasil’. Ao confrontar as telas do mestre com os trabalhos da discípula brasileira, podem-se identificar os traços centrais desse reciclado empréstimo criativo. O mais importante deles consiste na própria articulação da imagem figurativa por meio de uma ordenação concatenada de elementos da paisagem natural, urbana e humana. Tais elementos são evidenciados por superfícies geométricas coloridas e padronizadas, intercalados por formas geométricas irregulares, umas e outras delimitadas e realçadas por linhas grossas de contorno.
Quadrados e retângulos fazem as vezes de portas e janelas, sinais de trânsito, bandeirolas, hexágonos e quadriculados dão conta de estruturas metálicas como pontes e suportes, cubos sinalizam telhados e torres de igreja, círculos indicam linhas de montanhas, (…) assim um léxico visual ajustado à economia programática da série. Enquanto as figuras humanas e os animais (bois, cachorros, gatos) incluídos nas telas de Léger se destacam na estrutura da composição, quase sempre projetados em escala de tamanho idêntica à das árvores, à do casario, como que imantados e ‘naturalizados’ nesse espaço de representação, seus equivalentes, nas telas de Tarsila, parecem estar integrados num tempo de interação real, às voltas com afazeres (…) diminuídos pelos ambientes por onde transitam. Em Morro da Favela [P074], o casal de negros e as três crianças com o cachorro parecem manter relações de proximidade familiar e afetiva, que se estreitam ainda mais no caso da mulher com duas crianças em O Mamoeiro.” Miceli.
“No mesmo ano de 1924 pinta Morro da Favela [P074], Carnaval em Madureira [P072], Paisagem (que se perdeu, porém foi de José Severiano de Rezende) [P075], A Feira [P068], e, no ano seguinte, O Mamoeiro.
Espero ter ajudado,bjs