Respostas
Resposta:
Motivos diversos contribuem para o baixo nível de fluência em inglês por parte dos brasileiros como a distância geográfica do país em relação às potências que falam o idioma e o fluxo de turismo no Brasil ser majoritariamente de latinos, ou seja, falantes do espanhol, e não de inglês. Contudo, as deficiências da educação brasileira são as maiores responsáveis por esse fenômeno, na minha concepção, sobretudo das escolas públicas.
Explicação:
Nas escolas brasileiras, utiliza-se metodologias arcaicas, focadas no ensino de gramática e não de comunicação. Se fossem trabalhar com foco em uma abordagem comunicativa, por outro lado, os docentes enfrentariam problemas como sala de aula super lotada, carga horária baixa e falta de recursos. Sem falar que nas escolas públicas estaduais e municipais, os docentes têm um salário muito baixo, motivo de desestímulo para muitos. Além disso, a maioria das universidades públicas não trabalham a competência linguística do professor em formação (em inglês), porque acreditam que esse não é o seu papel. Desse modo, formam professores de inglês que, muitas vezes, têm um conhecimento superficial do idioma. Como eles podem ajudar o aluno a serem fluentes no inglês se muitos deles não são? Como podem trabalhar com uma abordagem comunicativa se têm salas de aula superlotadas, faltam recursos como livros, projetor multimídia, acesso democrático às TICS e à internet de boa qualidade na escola? Falta até formação de qualidade para os docentes! Há também os problemas econômicos, sociais e culturais no Brasil que colaboram para esse problema. Por exemplo, muitos alunos não podem investir em um intercâmbio nos EUA, Canadá ou Inglaterra, o que colaboraria significativa para o domínio do inglês. O programa Ciências Sem Fronteiras, depois batizado de Idiomas Sem Fronteiras, visava cobrir essa lacuna, possibilitando uma formação de maior qualidade para os alunos brasileiros com intercâmbio em outros países, provendo bolsas de estudo e todo o suporte necessário para o discente. Contudo, esse programa não existe mais. Enfim, percebendo essas deficiências do ensino do inglês nas escolas, surgiram os cursinhos de idioma, de modo que se criou o entendimento de que: "Na escola pública, os alunos não têm. Falta tudo. O cenário é de malogro: lugar de alunos que não aprendem, de professores que não sabem a língua que ensinam, de pais que não se preocupam com a educação dos filhos e de metodologias que não funcionam. Nela, o ensino de inglês é uma história de faz-de-conta, encenada por professores invisíveis" (COX, ASSIS-PETERSON, 2007, p.10). São críticas duras, mas que têm um fundo de verdade ainda hoje, infelizmente.