• Matéria: Português
  • Autor: sidoka777
  • Perguntado 5 anos atrás

Leia atentamente o texto a seguir:
Amazônia: razões e interesses

Por Carlos Pereira --- Editorial

A crise das queimadas da Amazônia tomou enormes proporções na última semana, tornando o Brasil o centro das atenções mundial, infelizmente, por um mau motivo. Para além da enorme desinformação e da guerra de versões que pauta o debate até aqui, uma coisa salta aos olhos: o governo brasileiro tem, sim, parte da razão ao seu lado, mas a forma como conduz o caso impede que muitos vejam assim.

No que o governo tem razão? Primeiro, é claro que é verdade que queimadas e desmatamento não são um problema novo. E que, definitivamente, não começaram neste governo. Para exemplificar, podemos usar os dados do próprio Inpe: o total de focos ativos de queimadas detectados no Brasil, de janeiro a julho deste ano, é menor do que a média dos registros para o mesmo período durante o governo do PT, de 2002 a 2015. O Inpe registrou 38.565 focos neste período de 2019, contra uma média de 43.965 na era PT para os meses equivalentes. {...}

Mas o governo tem errado na retórica e nas ações. Em nada nos ajuda a guerra declarada contra os órgãos ambientais e organizações não-governamentais. Nem a paralisia que temos verificado nos conselhos gestores e nas superintendências dos fundos e órgãos ambientais. Pior ainda, não se justifica o discurso permissivo ao desmatamento, nem o obscurantismo que nega o consenso científico do aquecimento global. Tudo isso prejudica, e muito, a imagem do Brasil lá fora, e diminui nosso poder de negociação frente às outras nações.

Esses erros ofuscam, também, um terceiro ponto no qual acredito que o governo está com a razão: o Brasil é, sim, uma potência ambiental, e, é inegável que somos um exemplo para o mundo em questão de preservação. Percebe-se que alguns dos países desenvolvidos, notadamente a França, na figura de Emmanuel Macron, tentam se aproveitar dessas nossas falhas para impor barreiras aos nossos produtos e dificultar as negociações União Europeia-Mercosul. Agem como populistas, que acenam para uma base ineficiente que luta desesperadamente para manter medidas protecionistas. Ainda, é óbvio que Macron se aproveita da crise para se projetar internacionalmente e se contrapor à sua principal adversária na França, Le Pen. {...}

Além disso, as declarações de Macron sobre uma possível internacionalização da Amazônia são gravíssimas. Não se pode abrir mão de 1 milímetro que seja em termos de soberania. Devemos, sim, conversar com todos os países, como iguais, e dentro da melhor diplomacia , como é nossa tradição. E, nesse diálogo, precisamos cobrar uma agenda mais propositiva, que vá ao ponto fulcral, que é o financiamento da preservação. Exigir que eles abandonem esse discurso baseado somente em reclamações e ameaças. O mundo deve isso ao Brasil.

Acima de tudo, não se pode perder de vista que somos um país ainda tentando sair da maior crise econômica da nossa história. É um quadro no qual não podemos abrir mão de qualquer recurso disponível para nos auxiliar na luta pela preservação da Amazônia. Mais ainda, não podemos colocar em risco um acordo comercial que levou duas décadas para ser construído, ou impor ao nosso próprio agronegócio a ameaça de embargos comerciais. O governo deve reavaliar a sua conduta na área ambiental, parar de promover o conflito e jogar com mais inteligência na arena internacional. Quanto à oposição e aos países que realmente se importam com a preservação da Amazônia, precisam agir com maior responsabilidade e menos hipocrisia.

A
É possível afirmar que já no primeiro parágrafo do texto (introdução) o editor demonstra empatia com o atual governo, no entanto, desaprova a forma de política externa adotada em determinada situações, especialmente no caso do tema do texto;

Verdadeiro
Falso

B
É possível afirmar que o tema do editorial é lançado já no primeiro parágrafo. Isso se dá muitas vezes pela própria característica desse gênero textual;

Verdadeiro
Falso

C
A confirmação em relação à empatia, citada na alternativa "A" se concretiza já no segundo parágrafo quando o editor faz uso de argumentos de comprovação (dados estatísticos) para defender sua colocação feita no primeiro parágrafo;

Verdadeiro
Falso

D
A confirmação em relação à desaprovação da política externa, adotada pelo atual governo, citada na alternativa "A", se concretiza no terceiro parágrafo, ao discorrer sobre algumas atitudes equivocadas dos nossos governantes em relação a esse problema;

Verdadeiro
Falso

Respostas

respondido por: morealsara
1

Resposta:

fvfv

Explicação:

fiz no posiitivo on

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