• Matéria: História
  • Autor: amandab32
  • Perguntado 5 anos atrás

Compare as crises do capitalismo de 1873, 1929 e 2008 (causas, impactos, soluções)

Respostas

respondido por: johannescgr
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No contexto de elevada incerteza decorrente da crise econômica mundial, é inevitável que surjam comparações entre o momento atual e a experiência dramática da Grande Depressão, que subverteu o mundo entre 1929 e 1933. Mas, apesar das perdas financeiras e da desaceleração da economia, a disposição para a intervenção estatal é hoje um elemento determinante que diferencia nitidamente as iniciativas da política econômica. Este é um fator decisivo que projeta um futuro menos sombrio para a evolução da crise atual.

A profundidade da crise que assola parte significativa do sistema financeiro mundial provocará, certamente, impactos sobre a evolução dos agregados econômicos reais (produção, investimento, emprego etc.). Já se torna evidente que a economia mundial ingressou em uma fase de desaceleração ou recessão, cujo desfecho é ainda desconhecido. Segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial deverá desacelerar do patamar de 5% ao ano, entre 2006 e 2007, para 2,2% em 2009 (ver Tabela 1). Nesse último ano, as economias avançadas deverão apresentar queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3%. A média da taxa de crescimento dos países em desenvolvimento cairá de 8%, em 2007, para 5,1%. O dinamismo do comércio internacional também aponta para um acentuado arrefecimento, caindo de 7,2%, em 2007, para 2,1%, em 2009. É inevitável, neste contexto de elevada incerteza, que surjam comparações entre o momento atual e a experiência dramática da Grande Depressão, que subverteu o mundo, sobretudo entre 1929 e 1933.

Seguramente, o peso da riqueza financeira em relação ao produto, a sofisticação (e opacidade) das operações financeiras e a interligação entre os vários segmentos dos mercados em escala global são hoje infinitamente maiores do que no final da década de 1920. A dimensão recente alcançada pela riqueza financeira (US$ 229,7 trilhões em dezembro de 2007, mais de quatro vezes superior ao PIB mundial — ver Tabela 2) e a escala real ou nocional das perdas incorridas sugerem que estamos diante de um processo monumental de desvalorização de ativos, muitas vezes superior ao que se assistiu há quase oitenta anos. De acordo com a Federação Mundial das Bolsas de Valores, a desvalorização da riqueza acionária global somou US$ 29,5 trilhões entre outubro de 2007 e outubro de 2008. Segundo o Banco da Inglaterra, os bancos ingleses registraram perdas com marcação a mercado da ordem de £ 10 bilhões ao mês, entre maio e outubro de 2008, somando £ 122,6 bilhões. Nos Estados Unidos, Reino Unido e área do euro, as perdas com marcação a mercado sobre ativos financeiros por bancos podem atingir US$ 2,8 trilhões. A conclusão que daí poderia advir é que o curso dos acontecimentos será, em conseqüência, mais dramático e doloroso do que em 1929-1933.

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