principais caracteristicas da sociedade colonial do haiti
Respostas
Explicação:
A Revolução Haitiana, também conhecida por Revolta de São Domingos (1791-1804), foi um período de conflito brutal na colônia de Saint-Domingue, levando à eliminação da escravidão e à independência do Haiti, tornando-o a primeira república governada por pessoas de ascendência africana.
Apesar das centenas de rebeliões ocorridas no Novo Mundo durante os séculos de escravidão, apenas a revolta de Saint-Domingue conseguiu alcançar a independência permanente. A Revolução Haitiana é considerada como um momento decisivo na história dos africanos no Novo Mundo.
Apesar de um governo independente ter sido criado no Haiti, a sociedade continuou a ser profundamente afetada pelos padrões estabelecidos pelo domínio colonial francês. Os franceses haviam criado um sistema de governo no qual a minoria dominava, através de violência e ameaças, a população pobre analfabeta.
Muitos fazendeiros tiveram filhos com mulheres africanas e, a estes mestiços, foi dado educação e formação militar, permitindo a eles se tornarem, após a revolução, a elite do Haiti. Na época da guerra, muitos usaram seu capital social para adquirir riqueza e terrenos. Alguns tinham mais identificação com os colonos franceses do que com os escravos. Depois da revolução, sua dominação da política e da economia criaram outra sociedade de duas castas, com a maioria dos haitianos tornando-se agricultores de subsistência rural.[2]
ACONTECIMENTOS
As riquezas do Caribe dependiam dos europeus e da cultura do açúcar produzida por fazendas de proprietários negociadas para as disposições da América do Norte e produtos manufaturados dos países europeus. A partir de 1730, engenheiros franceses construíram o complexo sistema de irrigação para aumentar a produção da cana-de-açúcar. Até o ano de 1740, Saint-Domingue, juntamente com a Jamaica, tornou-se o principal fornecedor de açúcar do mundo. A produção de açúcar dependia do trabalho manual extensivo feito pelos africanos escravizados em Saint-Domingue (economia de plantation colonial). Os fazendeiros brancos, cuja riqueza derivava da venda de açúcar, sabiam terem sido superados em número pelos escravos em um tempo de mais de dez anos e viviam com medo de que estes se rebelassem.[3]
Em 1758, os fazendeiros brancos começaram a aprovar leis que estabeleciam restrições aos direitos de outros grupos de pessoas, até que um rígido sistema de castas foi definido. A maioria dos historiadores classifica as pessoas da época em três grupos. Um deles era o dos colonos brancos (blancs). O segundo era o de negros e mestiços livres (gens de couleur libres), que tendiam a ser educados e alfabetizados; muitas vezes serviam ao exército ou eram administradores nas plantações. Muitos eram filhos de fazendeiros brancos e mães escravas, enquanto outros tinham comprado sua liberdade. Frequentemente eram artesãos e algumas vezes recebiam a liberdade ou alguma propriedade como herança de seus pais. Alguns administravam suas próprias fazendas e eram proprietários de escravos. O terceiro grupo, ultrapassando os outros numa proporção de dez para um, era o de escravos nascidos na África. A alta taxa de mortalidade entre eles fazia com que os fazendeiros continuamente importassem novos escravos. Isso manteve a sua cultura mais próxima da África e segregada de outras pessoas na ilha. Em muitas plantations havia grande concentração de escravos de uma determinada região da África, facilitando a manutenção da língua, da religião e de outros traços culturais desses grupos. Isso também contribuía para a separação dos escravos africanos dos crioulos (escravos nascidos na colônia), que geralmente exerciam funções de maior prestígio nas plantations e acabavam tendo também maiores possibilidades de emancipação. [4]A maioria dos escravos falava um patois de francês e línguas africanas ocidentais conhecido como crioulo haitiano, que também era usado por mestiços nativos e brancos para a comunicação com os trabalhadores.[5]
Colonos brancos e escravos negros tinham, frequentemente, conflitos violentos. Gangues de escravos fugitivos, conhecidos como maroon, refugiavam-se na floresta e frequentemente realizavam ataques violentos às plantações de cana de açúcar e café. O sucesso desses ataques estabeleceu tradições marciais haitianas de violência e brutalidade para fins políticos.[6] Embora os números tenham aumentado nestas áreas (por vezes em milhares), eles geralmente não tinham a liderança e estratégia para alcançar os objetivos de longo prazo. O primeiro líder eficaz maroon a surgir foi o carismático François Mackandal, que conseguiu unificar a resistência negra. Adepto do Vodu, Mackandal inspirou seu povo com tradições africanas. Ele uniu e também estabeleceu uma rede de organizações secretas entre os escravos das plantações, provocando uma rebelião que foi de 1751 até 1757. Embora Mackandal tenha sido capturado pelos franceses e queimado na fogueira em 1758, maroons armados persistiram nos ataques e assédios após sua morte.[3][7