• Matéria: Geografia
  • Autor: va965553
  • Perguntado 5 anos atrás

Quais são os três principais MOTIVADORES dos conflitos ATUAIS no continente africano?
Marcar apenas uma oval.
()Motivos históricos, tensões religiosas e disputas entre torcidas de futebol.
()Motivos históricos, tensões religiosas e extrema pobreza
()Desmatamento, tensões religiosas e tráfico.
()Nenhuma das alternativas acima.​

Respostas

respondido por: arthursasabino
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Resposta:

Os conflitos na África são basicamente motivados por disputas territoriais; golpes de estados, que geram crises políticas; rivalidades tribais, motivadas por questões étnicas ou religiosas; disputas por água e recursos minerais; e imersão do povo na miséria. Essas motivações são provenientes do processo de colonização do continente, da Guerra Fria, da intervenção de terceiros Estados e de eleições conturbadas.

Conflitos Africanos

Os principais conflitos na África acontecem nos seguintes países: Sudão e Sudão do Sul, Nigéria, Ruanda, Mali, Burundi, República Democrática do Congo e Angola.

→ Sudão e Sudão do Sul

O Sudão do Sul é um dos países que enfrentam instabilidades políticas e guerras civis.*

O Sudão do Sul é um dos países que enfrentam instabilidades políticas e guerras civis.*

O Sudão tem uma história marcada por muitos conflitos e guerras civis. É um país abundante em petróleo e em recursos minerais, como o ouro. A Primeira Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1955 e 1972. Esse conflito bélico, travado entre o governo do Sudão e rebeldes do sul, tinha por objetivo a separação da região sul do Sudão. Essa guerra civil dizimou cerca de meio milhão de pessoas. Cessou com o acordo conhecido como Tratado de Adis Abeba, que afirmou a independência e a autonomia da região sul do Sudão, criando, então, o Sudão do Sul.

Esse acordo, contudo, foi rompido no ano de 1983, e a guerra reiniciou-se. Deu-se início, então, à Segunda Guerra Civil Sudanesa, conflito que durou de 1983 a 2005. Essa guerra foi um embate entre a parte norte do Sudão e a parte sul. A motivação desse conflito foi uma questão religiosa: o governo da região norte que era muçulmano e tentou impor o código de leis do islamismo em todo o país. Contudo, boa parte da população da região sul do Sudão era cristã ou animista.

Esse conflito bélico perdurou cerca de 20 anos e dizimou aproximadamente 2 milhões de pessoas. Em 2005, foi assinado um acordo de paz e, a partir disso, surgiu a região autônoma do Sudão do Sul. Essas guerras sudanesas tiveram como consequência um quadro de miséria, fome, doenças e muitos refugiados.

Atualmente, o Sudão do Sul vive um quadro dramático de fome e tem enfrentado problemas em relação ao número de refugiados que se deslocaram para lá. O conflito mais atual no Sudão do Sul, de ordem política, é travado entre os rivais Salva Kiir, presidente do país, e Riek Machar, o maior líder rebelde sudanês. Essa guerra civil estende-se desde o ano de 2013 e é motivada por esse conflito político e étnico, que vitimou cerca de 10 mil pessoas e arruinou a economia do país. Segundo O Globo, Kiir e Machar firmaram, em agosto de 2018, um acordo para dividir o poder, dando início a um possível acordo de paz.

→ Nigéria

A Nigéria enfrenta conflitos de ordem religiosa e por disputas de recursos naturais. Na região norte do país, concentram-se muçulmanos; na região sul, concentram-se cristãos. O conflito entre essas duas ordens religiosas já deixou milhares de pessoas mortas desde o ano de 1953.

Em 2009, o conflito iniciado pelo Boko Haram – uma organização terrorista – vitimou mais de 15 mil pessoas com o objetivo de combater os princípios ocidentais. Em 2014, esse grupo radical islâmico ganhou notoriedade quando raptou cerca de 270 mulheres nigerianas para serem escravas sexuais e para serem usadas em combates. Já no ano de 2017, segundo a Unicef, cerca 83 crianças foram usadas como bombas pelo Boko Haram, o que chocou o mundo.

No que tange a disputa por recursos naturais, em 2010, houve um ataque no estado de Plateau (região central da Nigéria). Nessa região, predominam cristãos, contudo, muitos muçulmanos migram para lá, fazendo com que haja disputa e contestação dos recursos naturais e também da terra. Esse conflito vitimou cerca de 700 pessoas, deixando, aproximadamente, 500 mortos e 200 feridos.

→ Ruanda

Ruanda é um país do centro-oriental da África e é formado pelos grupos étnicos hutus, que representam cerca de 85% da população, e tutsis, uma minoria que dominou o país por um longo período. Desde a colonização, acentuou-se uma grande rivalidade entre os povos hutus e tutsis. Entre os anos de 1990 e 1994, ocorreu a Guerra Civil de Ruanda. Nessa época, a oposição formada pelos tutsis atacou as tropas do governo, cujo presidente era Juvénal Habyarimana (hutus).

O maior desdobramento dessa guerra civil ocorreu em 1994 e ficou conhecido como Genocídio de Ruanda. O presidente Habyarimana foi assassinado. Extremistas hutus, então, começaram um intenso massacre, que vitimou 800 mil pessoas em Ruanda. Atualmente, como forma de evitar outros conflitos, é ilegal falar sobre etnia no país. O genocídio, além de dizimar o país, empobreceu ainda mais a população, que vive em estado de miséria

Leia mais: Guerra Civil em Ruanda

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