Por que um estudo da Universidade de Exeter, Universidade de Reading, Universidade de São Paulo, Universidade do Novo México, Universidade Federal de Pelotas e Universidade do Sul de Santa Catarina afirma que a mata de araucárias é artificial?
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Mata das Araucárias é artificial, afirma estudo.
Num período entre 1410 e 900 anos atrás, nativos do povo Jê modificaram o ambiente, criando o bioma hoje sob risco de extinção.
Arqueólogos da Universidade de Exeter, na Inglaterra, descobriram que as florestas de araucárias, no Sul e parte do Sudeste do Brasil, foram criadas por comunidades indígenas. Até então, sabia-se que elas são recentes, mas se atribuía seu nascimento a mudanças climáticas.
Novas escavações e análises do solo mostram que as florestas começaram a se expandir pela primeira vez entre 4480 e 3200 anos atrás, devido ao clima úmido e quente. Mas, entre 1410 e 900 anos atrás, houve uma expansão muito mais dramática. Isso enquanto o clima havia se tornado seco.
Essa nova expansão coincide com o crescimento da população em comunidades indígenas sul-americanas, principalmente, na região, o povo Jê. Eles teriam plantado e cultivado as araucárias, contribuindo para a expansão das florestas. “Nossa pesquisa mostra que essas paisagens foram feitas pelos seres humanos. Comunidades se estabeleceram nas pastagens e então – talvez porque modificaram o solo, protegeram mudas ou até plantaram árvores – estabeleceram essas florestas em locais onde, geograficamente, elas não deviam ter surgido”, afirma o arqueólogo Mark Robinson, um dos responsáveis pelo estudo.A análise arqueológica começou quando pesquisadores da Universidade de Exeter, Universidade de Reading, Universidade de São Paulo, Universidade do Novo México, Universidade Federal de Pelotas e Universidade do Sul de Santa Catarina perceberam que, em áreas de grande atividade humana, as florestas cobriam toda a paisagem. Enquanto isso, nos lugares pouco habitados pelos povos antigos, as florestas ficavam apenas nas encostas, voltadas ao sul. Para comprovar a teoria, eles colheram amostras de solo e evidências arqueológicas das florestas de Campo Belo do Sul, em Santa Catarina.
Enormes porções de terra no Chile, Brasil e Argentina são cobertas por milhões de araucárias, que continuam sendo muito importantes para a cultura e a economia desses países. Das 19 espécies de araucária, cinco estão em risco de extinção e duas estão classificadas como criticamente ameaçadas – incluindo a araucária brasileira Araucaria angustifolia.
Texto retirado do site: Aventuras na história