Respostas
A despeito das muitas diferenças que católicos e protestantes guardam entre si, parecem superadas as fraturas que há 500 anos cindiram o cristianismo e desencadearam uma série de guerras religiosas por toda a Europa.
Protestantes e católicos, hoje, acreditam possuir mais semelhantes que diferenças teológicas. O resultado foi constatado por pesquisa do Pew Research Center com quase 25 mil pessoas em 15 países da Europa ocidental, divulgada no final de agosto.
De maneira geral, para 58% dos protestantes e 50% dos católicos há mais similaridades que distinções entre suas tradições religiosas.
No Brasil –sem desconsiderar que o convívio entre elas foi bem menos traumático do que em solo europeu–, líderes religiosos e pesquisadores também compartilham a opinião de que o cisma foi em grande parte vencido.
“Vamos comemorar de forma conjunta, católicos e luteranos, não os 500 anos da Reforma, mas o diálogo, os passos de entendimento que demos”, afirma o padre José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação (órgão da Igreja Católica dedicado ao diálogo ecumênico e inter-religioso).
Ele explica que os esforços mais nítidos de aproximação começaram em 1962, quando o então papa João 23, no segundo Concílio Vaticano, convocou secretariado para pensar a união dos cristãos de diferentes segmentos religiosos.
Em 2016, o papa Francisco pediu perdão aos membros de outras igrejas cristãs pela perseguição liderada por católicos no passado. “A questão não é juntar todo mundo no Allianz Parque, com camisa do Palmeiras, e dizer que todos serão palmeirenses. Isso não dará certo, sairá o maior pau. Devemos nos preocupar em como podemos melhorar o mundo”, diz Bizon.