• Matéria: Português
  • Autor: dawdawdawdad
  • Perguntado 5 anos atrás

Resenha Crítica do livro "Triste Fim de Policarpo Quaresma"


Anônimo: prontinho!
Anônimo: pode dar obg e melhor resposta!to precisando!!
Anônimo: espero que tenha ajudado!
Anônimo: qualquer duvida avisa e vejo se posso-lhe ajudar

Respostas

respondido por: nimsaycarv
6

Explicação:

Ao mesmo tempo em que o romance retrata e apresenta ao leitor, o sonho de um Brasil ideal, apresenta uma sátira sem compaixão, mas bem humorada do Brasil oficial e sua sociedade burguesa, que se preocupava apenas com seus interesses, da era do então Presidente da República do Brasil; o Marechal Floriano Peixoto.

Em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, verificamos e entendemos as razões do sonho de Quaresma, como já dissemos, um patriota exaltado que enxerga o país como um lugar esplêndido, maravilhoso, cheio de farturas (em suas terras, na sua natureza) e facilidades.

Na visão de Quaresma, essa visão maravilhosa sobre o Brasil, o orienta no desígnio de uma possível reforma nacional (cultural, política e econômica), assim sendo, uma reforma na língua portuguesa (substituindo-a pela língua indígena tupi), na agricultura (o Brasil deveria ser um país agrícola, por possuir terras fartas) e política (tornando o Brasil um país forte, com um governo poderoso e enérgico), entre outros ideais.

Todas essas reformas, propostas no ideal de Quaresma, despertariam a pátria (Brasil), de maneira inicial, ignorante, para se tornar uma nação forte e pertencente às grandes nações do mundo.

Nesta narrativa de Lima Barreto, por conseguinte, este acaba por desconstruir, de maneira crítica, o ideal romântico do Brasil idealizado por Quaresma, demonstrando ao longo deste romance, uma grande distância entre o Brasil sonhado por Quaresma, e o Brasil real, verdadeiro.

Ao analisarmos os pontos importantes desta obra, Lima Barreto esboça, organiza um perfil irônico e até mesmo sarcástico do funcionalismo público no Brasil, resultando em uma sequência de metáforas com relação à burocracia brasileira, que na visão do autor, era formada de maneira geral, por pessoas sem perseverança, consistência moral ou profissional para ocuparem seus postos de trabalho.

Lima Barreto ridiculariza, de forma muito bem humorada, um Brasil onde prevalece um General que não participa de nenhuma batalha (General Albernaz) e um Almirante que não possui navio para ocupar seu posto (Almirante Caldas).

Nesta obra, percebemos o estilo de Lima Barreto como sendo mais realista, quase uma narrativa literária pessoal (já que Lima Barreto era funcionário público e conhecia a realidade burocrática brasileira), sendo esta obra uma denúncia social sobre o verdadeiro Brasil, com todos os seus problemas.

Outro ponto importante a ser destacado nesta análise diz respeito ao tratamento das relações interpessoais descritas por Lima Barreto, ao retratar de maneira amável e afetuosa as relações mais íntimas do personagem de Quaresma como por exemplo: a personagem de Adelaide, irmã de Quaresma, a quem Quaresma tinha grande afeto,o personagem Ricardo Coração dos Outros, que até o final do romance se mostra um fiel amigo de Quaresma, e da personagem Olga, sua querida afilhada.

Continuando nossa análise, este romance se intercala em 3 (três) estágios diferentes, o que corresponde às 3 (três) partes desta obra.

A primeira parte relata a vida do personagem principal, Policarpo Quaresma, como funcionário público na cidade do Rio de Janeiro; a segunda parte relata o personagem principal como um simplório proprietário rural e a realidade agrícola do país. A terceira parte relata Quaresma como soldado voluntário na Revolta da Armada em 1893 (movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil em oposição política contra o Governo de Floriano Peixoto) e sua final desilusão com as questões e reformas nacionais que sempre defendeu.

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