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Resposta:
questão da escravidão
Locke é considerado pelos seus críticos como sendo "o último grande filósofo que procura justificar a escravidão absoluta e perpétua".[26]
Locke sustentava a escravidão pelo contrato de servidão em proveito do vencedor na guerra, no chamado "estado de guerra", no qual alguém que poderia ser morto, assume o ônus de servir em troca de viver. No Segundo Tratado sobre Governo Civil, Locke diz:
“"Ele [o homem] não pode separar-se dela [da liberdade], exceto por aquilo que o faça perder, ao mesmo tempo, sua preservação e sua vida, pois um homem, não tendo poder sobre sua própria vida, não pode, por um tratado ou por seu próprio consentimento, escravizar-se a quem quer que seja, nem sujeitar-se ao domínio arbitrário e absoluto exercido por outra pessoa, ou mesmo dar cabo de sua vida quando tiver vontade. Ninguém pode outorgar mais poder do que a própria pessoa possui; e aquele que não pode dar fim à própria vida, não pode outorgar tal poder a qualquer outra pessoa. Em verdade, se o homem dá fim à própria vida, por algum ato que clame por morte, aquele por quem ele perde a vida (no caso da pessoa tê-lo em seu poder) pode demorar a tirá-la e usá-la em serviço próprio, não o prejudicando por isso; pois, no momento em que considerar que a provação de ser escravo excede o valor de sua vida, ao resistir à vontade de seu amo, irá sentir-se atraído a ocasionar a si mesmo a morte que deseja."[27]”
Nessa citação, Locke argumenta que: somente os escravos tomados de uma certa maneira, por certas pessoas podem ser considerados justamente escravos.
Locke contribuiu para a configuração da Constituição da Província da Carolina, em que uma de suas normas constitucionais dizia: "(…) todo o homem livre da Carolina deve ter absoluto poder e autoridade sobre os escravos negros seja qual for a opinião e religião."[28] Seus críticos ainda afirmam que ele investiu no tráfico de escravos negros,[29] enquanto acionista da Royal African Company.[30]