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JORNAL NACIONAL
Professores usam a criatividade para prender atenção dos estudantes nas aulas online
O Sindicato das Escolas Particulares do Espírito Santo estima uma evasão de 60% dos alunos da educação infantil.
11/07/2020 21h39 Atualizado há 3 meses
Professores apostam na criatividade para manter os alunos
Para manter os estudantes na escola, para evitar o cancelamento de matrículas depois da pandemia, muitos professores têm buscado formas de prender a atenção nas aulas online.
Pega a cadeira, coloca um banco em cima, mais dois livros e o computador. Agora sim, o professor pode começar a aula pela internet. Só que a família dele tem que diminuir o volume da TV.
“É o momento de uma novela, então tem que sair todo mundo, ir para o quarto. Mudou também o estilo da aula. Você vai dar aula e não tem a presença do aluno. Você não vê o olhar do aluno se ele está com dúvida, então você não tem aquele calor entre professor e aluno, não tem”, comenta Fernando Valdetaro, professor.
Mas criatividade tem de sobra. O fundo verde é para projetar cenários diferentes. São muitas estratégias.
Esse esforço dos professores é muito bem-vindo para quem acompanha as aulas em casa, porque a pandemia também impôs muitas dificuldades. Nem sempre há um bom sinal de internet e equipamentos eletrônicos disponíveis. Ainda mais porque muita gente passou a trabalhar em casa e os pais também precisam do computador.
Outra dificuldade é que a renda de muitas famílias caiu, ficou mais difícil pagar as mensalidades. Muitos pais estão cancelando as matrículas, principalmente dos alunos que têm até cinco anos.
O Sindicato das Escolas Particulares do Espírito Santo estima uma evasão de 60% dos alunos da educação infantil. A especialista lamenta.
“O vínculo das crianças com as instituições da educação infantil garante o processo formativo, com interação, brincadeira, com diversidade de atividades que ampliavam a experiência das crianças e oportunizava o desenvolvimento”, afirma Cleonara Schwartz, doutora em educação.
O sindicato dos professores do estado afirma que as demissões só não cresceram mais porque as escolas reduziram carga horária e salário dos professores. Que estão cada vez mais caprichando no "dever de casa" de prender a atenção dos alunos.
“Eles entendem o esforço que a gente está fazendo também para não levar apenas uma aula legal, como essa que eu estou preparando para eles, mas levar para eles o conhecimento”, destaca Carlos Henrique, professor.