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Primeiro foi a China. Depois alguns outros países da Ásia e o Irã. Aí chegou a vez da Europa. Não faz muito, aterrissou com tudo na América, primeiro a do Norte. América do Sul e África enxergam a primeira onda do novo coronavírus vindo, já fazendo centenas de vítimas.
Fronteiras fechadas, voos cancelados, trens e ônibus vazios, pessoas proibidas de circular nas ruas, sob pena de multa e prisão. Em comum, a maioria dos países levou algum tempo para perceber o tamanho da tragédia que se avizinhava e hoje adota o isolamento social como única medida até então comprovadamente eficaz para tentar conter a pandemia provocada pela Covid-19 e evitar que os sistemas de saúde colapsem.
Para entender um pouco melhor como tem sido passar por essa experiência em diferentes partes do mundo, começamos a publicar a partir desta terça-feira (14) os relatos de brasileiros que vivem em outros países em tempos de pandemia.
Há quem permaneça longe de casa mesmo tendo perdido o emprego, como a Raissa, que vive em Sydney: O medo e o sentimento de vulnerabilidade foram inevitáveis, mas o que eu não esperava era que na semana seguinte eu estaria sem emprego, sem nem sequer 10 horas de trabalho, nada. Com a decisão do primeiro ministro, Scott Morrison, de fechar todos os pubs e restaurantes do país, eu e muitas outras pessoas estávamos desempregados de uma hora pra outra e sem nenhuma assistência financeira.
Há quem não tenha conseguido ficar, embora quisesse muito, como a Sol, que morava em Londres com a filha: Nós até tentamos resistir no início, não queríamos voltar, não era o plano voltar agora, mas as coisas foram piorando, o trabalho foi diminuindo.
Há quem ainda não acredite no milagre de ter o companheiro ao seu lado, quando outros foram mandados embora ao desembarcar, como a Dayanne, que está em Lisboa: Quando eu vi ele do lado de fora do aeroporto, de máscara e com a malinha na mão, quebrei o protocolo que havíamos combinado e nos abraçamos. O cartaz romântico estava todo amassado no bolso. Era como se fosse um milagre. Os familiares dos outros brasileiros que estavam comigo foram mandados embora nos voos seguintes.
Há quem tenha se contaminado e enfrentado a doença sozinho, sem confirmação médica, em uma casa dividida em Londres, com medo de perder o emprego, como o Thiago: Ao acordar no domingo, sentia que tinha algo errado. Frio, dor no corpo, tosse, e provavelmente febre. Testei a temperatura com um termômetro emprestado pelo rapaz com quem divido casa e vi que estava com 38.5°. Tomei o paracetamol, mas imaginei que o vírus havia se instalado e já estava agindo. Disse ao meu amigo que não sairia mais do quarto, porém eu não tinha comida pronta e precisava cozinhar. Avisei que possivelmente tinha sido infectado pelo Covid-19 e que eu só iria usar a cozinha quando ele não estivesse lá.
Explicação:
espero ter ajudado quer que eu abrevie?