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Resposta:
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo somos todos os donos da verdade. Escutar é complicado e sutil. Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito, é preciso também que haja silêncio dentro da alma, reforça Alberto Caeiro, outro escritor mineiro.
Devemos seguir os exemplos dos índios. Eles quando reunidos, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. Todos em silêncio à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria considerado desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos – pensamentos que ele julgava essenciais. Merece respeito.
Não basta o silêncio de fora. É preciso o silêncio de dentro. Quando se faz o silêncio dentro, começamos a ouvir coisas que não ouvíamos. É como quem pratica mergulho. No fundo do mar a boca fica fechada. Somos todos os olhos e ouvidos, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia. Ouvimos a melodia que não havíamos percebido.
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