• Matéria: Português
  • Autor: luanacodognottpdpsel
  • Perguntado 5 anos atrás

O CAJUEIRO

O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
Eu me lembro do outro cajueiro que era menor e morreu há muito tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.
No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera: mas assim mesmo fiz questão de que Carybé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta a um amigo de outras terras um parente muito querido.
A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado, como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa.
Diz que passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram; mas foram brincar nos galhos tombados.
Foi agora, em fins de setembro. Estava carregado de flores.
Setembro, 1954.

Braga, Rubem. Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1956.
1) No trecho do texto acima: “O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude." Qual o processo de formação das palavras “cajueiro, cajá-manga, espadas-de-são-jorge e meninada”, respectivamente? *
1 ponto
a) Derivação sufixal, composição por justaposição, composição por justaposição e derivação sufixal.
b) Derivação prefixal, composição por aglutinação, composição por aglutinação e derivação sufixal.
c) Todas são derivação sufixal.
d) Todas são composição por justaposição.
Relacione a 2ª coluna de acordo com o seguinte código:
(1) Derivação prefixal ( ) FRUTA-PÃO
(2) Derivação sufixal ( ) TAMAREIRA
(3) Derivação parassintética ( ) SIMPLESMENTE
(4) Derivação prefixal e sufixal ( ) RELEMBRO
(5) Aglutinação ( )ENTARDECER
(6) Justaposição ( ) INFELIZMENTE
2) Qual a alternativa que contém a sequência correta do exercício acima? *
1 ponto
a) 1, 3, 4, 6, 2, 5
b) 6, 2, 2, 1, 3, 4
c) 6, 1, 2, 1, 3, 4
d) 5, 2, 2, 2, 3, 4​

Respostas

respondido por: bigtuna
51

Resposta:

1. a) Derivação sufixal, composição por justaposição, composição por justaposição e derivação sufixal.

2. b) 6, 2, 2, 1, 3, 4

Explicação: classroom aula 97


luanacodognottpdpsel: vlw, tá certinho
respondido por: torres320
2

Os processos de formação das palavras “cajueiro", "cajá-manga", "espadas-de-são-jorge" e "meninada”, respectivamente, são estes:

As palavras “cajueiro" e "meninada" são formadas por derivação sufixal, também conhecida como sufixação. Isso ocorre porque é colocado o sufixo ("-eiro" e "-ada", respectivamente) após os radicais ("caju-" e "menin-", respectivamente).

Já as palavras " cajá-manga" e "espadas-de-são-jorge " são compostas por justaposição. Isso acontece, porque há a união de dois radicais sem perda de nenhum fonema.

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2) A sequência correta é esta: 6 - 2- 2 - 1 - 3 - 4. Por esse motivo, resposta correta alternativa B.

A palavra " fruta-pão" é composta por justaposição. Isso acontece, porque há a união de dois radicais sem perda de nenhum som.

As palavras “tamareira" e " simplesmente " são formadas por derivação sufixal, também conhecida como sufixação. Isso ocorre porque há acréscimo de sufixo após o radical.

A palavra “relembro" é formada por derivação prefixal, também conhecida como prefixação. Isso ocorre porque sentado um prefixo antes do radical.

A palavra "entardecer " é formada por derivação parassintética, ja que há um acréscimo simultâneo de um prefixo é um sufixo a um radical.

A palavra "infelizmente " é formada por derivação prefixal e sufixal, ja que há um acréscimo não simultâneo de um prefixo é um sufixo a um radical.

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