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Os solos são corpos naturais que se desenvolvem em escalas de tempo da ordem de centenas a milhares de anos, e compõem a cobertura pedológica que reveste as áreas emersas da Terra. Esta cobertura é constituída por uma camada de material alterado que se localiza entre a atmosfera e a litosfera, fortemente influenciada pela biosfera e pela hidrosfera. Esta camada é o resultado das inúmeras combinações de fatores (clima, organismos, tempo, relevo) e de processos (remoção, adição, transporte e transformação) que atuam sobre os materiais de origem (rochas, sedimentos, depósitos orgânicos) e condicionam a variedade de solos encontrados. Inferências sobre as propriedades destes corpos são feitas, entre outras características, a partir de sua morfologia, por exemplo, através da presença e espessura de horizontes ou camadas, representando o perfil do solo.
O solo não é uma entidade discreta, isto é, não há um indivíduo solo na natureza, mas um contínuo na paisagem, com progressiva gradação resultante da combinação dos processos e fatores pedogenéticos (JENNY, 1941). Os processos de transformações químicas, físicas e biológicas que ocorrem no solo são de interesse dos profissionais das mais diversas áreas da ciência, como por exemplo, agronomia, geologia, geografia, engenharia civil e engenharia ambiental. O profissional especialista na caracterização, identificação, classificação e mapeamento dos solos é o pedólogo, que atua com outros profissionais na solução de problemas e no planejamento do uso deste recurso natural. Historicamente, os grupos de pedólogos se concentram em sua maioria em instituições de pesquisa e ensino agrícola , centralizando a pesquisa pedológica em questões desta área. À medida em que os problemas relacionados ao mau uso urbano do solo se avolumam, e são alocados recursos para estudos, uma nova frente de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias emerge. A identificação, comportamento e uso dos solos em meio urbano possuem um caráter complexo, requerendo a participação de profissionais das mais diversas áreas, tanto na produção quanto no uso das informações.
A artificialidade da divisão da ciência em áreas distintas se materializa, entre outras maneiras, na diversidade de conceitos e vocabulário para objetos e processos semelhantes. Neste contexto, o termo “solos urbanos” tem sido empregado com freqüência crescente, porém de maneira diversa e com significados variados. Portanto, o objetivo deste texto é discutir: 1. o uso do termo “solos urbanos”; 2. algumas das funções que os solos desempenham no meio urbano; e 3. as modificações mais freqüentes impostas ao solo pela dinâmica das cidades, visando introduzir o tema dos solos sob uso urbano, principalmente para profissionais sem formação específica em Ciência do Solo.
A forte pressão provocada pela expansão urbana desordenada sobre os recursos naturais, principalmente os solos, tem provocado danos, muitas vezes de difícil reparo. A grande concentração populacional em centros urbanos cada vez maiores tem dirigido a atenção de diferentes profissionais para o recurso solo, no sentido de entender sua dinâmica para minimizar sua degradação. No entanto, a falta de conhecimento sobre as propriedades, bem como sobre a aptidão dos solos sob uso urbano tem provocado o seu mau uso, resultando em processos como compactação, erosão, deslizamentos e inundações, assim como poluição com substâncias orgânicas, inorgânicas e patógenos, aumentando os custos do desenvolvimento afetando toda a sociedade. Neste sentido, este texto discute como o conhecimento pedológico pode diminuir os efeitos negativos provocados pelo processo de urbanização.
espero ter ajudado :c