• Matéria: Português
  • Autor: chefe129
  • Perguntado 5 anos atrás

Intérprete o texto e depois responda às 2 questões abaixo:


Leia a crônica:


Vocações

Todos diziam que a Leninha, quando crescesse, ia ser

médica. Passava horas brincando de médico com as

bonecas. Só que, ao contrário de outras crianças, quando

largou as bonecas não perdeu a mania. A primeira vez que

tocou no rosto do namorado foi para ver se estava com

febre. Só na segunda é que foi carinho. Ia porque ia ser

médica. Só tinha uma coisa. Não podia ver sangue.

— Mas, Leninha, como é que…

— Deixa que eu me arranjo.

Não é que ela tivesse nojo de sangue. Desmaiava. Não

podia ver carne malpassada. Ou ketchup. Um

arranhãozinho era o bastante para derrubá-la. Se o

arranhão fosse em outra pessoa ela corria para socorrê-la

— era o instinto médico —, mas botava o curativo com o

rosto virado.

— Acertei? Acertei?

— Acertou o joelho. Só que é na outra perna!

Mas fez o vestibular para a medicina, passou e

preparou-se para começar o curso.

— E as aulas de anatomia, Leninha? Os cadáveres?

— Deixa que eu me arranjo.

Fez um trato com a Olga, colega desde o secundário.

Quando abrissem um cadáver, fecharia os olhos. A Olga

descreveria tudo para ela.

— Agora estão tirando o fígado. Tem uma cor meio…

— Por favor. Sem detalhes.

Conseguiu fazer todo o curso de medicina sem ver

uma gota de sangue. Houve momentos em que precisou

explicar os olhos fechados.

— É concentração, professor.

Mas se formou. Hoje é médica, de sucesso. Não na

cirurgia, claro. Se bem que chegou a pensar em convidar a

Olga para fazerem uma dupla cirúrgica, ela operando com

o rosto virado e a Olga dando as coordenadas.

— Mais para a esquerda… Aí. Agora corta!

Está feliz. Inclusive se casou, pois encontrou uma alma

gêmea. Foi num aeroporto. No bar onde foi tomar um

cafezinho enquanto esperava a chamada para o embarque

puxou conversa com um homem que parecia muito

nervoso.

— Algum problema? — perguntou, pronta para

medicá-lo.

— Não — tentou sorrir o homem. — É o avião…

— Você tem medo de voar?

— Pavor. Sempre tive.

— Então por que voa?

— Na minha profissão, é preciso.

— Qual é a sua profissão?

— Piloto.

Casaram-se uma semana depois.




Responda com atenção às questões a seguir:


1. Considere o trecho “Se o arranhão fosse em outra

pessoa ela corria para socorrê-la...”. A parte

destacada retoma qual palavra do texto?




2. Retire do texto duas frases exclamativas e

transcreva-as. Leia-as atentamente e responda:

a) A colocação de ponto de exclamação nas duas

frases tem a mesma intenção? Qual é a diferença?

Descreva.

Respostas

respondido por: Anônimo
0

Resposta:

1.

arranhãozinho

2.

que é na outra perna!

Agora corta!

a) Não.

Na primeira, fala com ironia: que é na outra perna!

Na segunda, fala com certeza, embora estivesse no desejo: Agora corta!

Bons estudos.

Anexos:
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