Quais medidas podem ser tomadas para diminuição da insegurança alimentar?
Respostas
Resposta:
Em primeiro lugar, para tratar a fome é importante atacar também a pobreza. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o crescimento econômico dos países é um dos fatores chaves para a redução da fome mundial. Entretanto, é necessário que esse desenvolvimento seja feito de maneira inclusiva, que abranja as populações vulneráveis, promova mais oportunidades de desenvolvimento, melhore a produtividade e a renda dos pequenos produtores e dê mais meios para o sustento de sua subsistência. Assim, a desigualdade social tende a diminuir conforme a distribuição de renda interna aumenta, principalmente no campo.
Quando o foco é a redução da pobreza extrema, principalmente em países de baixa renda, o crescimento econômico no setor agrícola é mais efetivo do que em qualquer outro. O aumento da produtividade nas pequenas fazendas familiares amplia a demanda de trabalho no campo, gera mais empregos e aumenta as receitas familiares assim como a distribuição de renda local. Consequentemente, há um aumento do poder aquisitivo dos indivíduos e na sua capacidade de acesso à alimentação. A movimentação das economias locais e o aumento da produtividade ainda diminui o preço dos produtos agrícolas, democratizando a aquisição de alimentos.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE COMBATE À FOME
Transferência de recursos: tanto financeiros quanto alimentícios ou outros materiais que a população carente necessita. Essa é uma política de caráter emergencial que visa a um leve aumento da distribuição de renda local no curto prazo ou, nos casos mais críticos, simplesmente aliviar a situação de carência ao prover insumos para que a comunidade afetada consiga sobreviver, como é o caso do “Fome Zero” ou do “Bolsa Família”.
Aquisição de alimentos localmente: nesse caso o governo ou uma organização internacional dão preferência para a compra da produção agrícola local, originada dos pequenos produtores familiares. Isso gera impacto a curto e médio prazo. Aquisições locais são benéficas para as comunidades uma vez que incentivam as produções, geram mais empregos e aumentam, assim, a distribuição de renda local e o poder aquisitivo das famílias.
Fornecimento de subsídios agrícolas para pequenos produtores familiares, uma vez que isso também incentiva a produção local.
Capacitações: são uma alternativa para curto e médio prazo, destinadas a indivíduos vulneráveis, ensinando, por exemplo, técnicas de cultivo sustentáveis para que sejam aplicadas no seu próprio sustento.
Fornecimento de refeições escolares: tem como objetivo a formação de capital humano e visa resultados a médio e longo prazo. Os lanches aumentam a frequência escolar assim como a capacidade de concentração e o rendimento acadêmico dos alunos. Isso forma indivíduos física e mentalmente mais saudáveis e eleva suas oportunidades de vida.
Segundo a FAO, a nível de Estado, a redução da fome também gera um impacto positivo direto na economia nacional, uma vez que a melhoria da nutrição individual, proporciona um crescimento no desempenho econômico do país por gerar mais produtividade de trabalho e por expandir a expectativa de vida da população.