Ellen White sempre defendeu que a Bíblia deve ser a única regra de fé e prática do cristão. Referia-se a seus escritos como uma "Luz menor" para guiar à "luz maior", a Bíblia. O que significa ter a verdade bíblica?
A) Estudar o novo testamento, examinar o que os autores dizem, aceitar todos os ensinos que se adequam a atualidade, comparar com os escritores modernos, valorizar a tradição acima da Bíblia, praticar seus ensinos em nossa vida.
B) Estudar o velho testamento, examinar o que os grandes filósofos escreveram e adequar a bíblia a esses novos conceitos, abandonar os conceitos errados, ancorar a vida na verdade, praticar somente os ensinos do velho testamento.
C) Estudar toda a Bíblia, examinar o que os autores dizem, aceitar todos os seus ensinos, abandonar os conceitos errados, ancorar a vida na verdade, praticar seus ensinos em nossa vida.
D) Estudar toda a Bíblia, examinar o que os autores dizem, aceitar os ensinos relevantes, abandonar os conceitos do passado e substituí-los pela tradição, ancorar a vida na verdade, praticar seus ensinos em nossa vida.
Respostas
Resposta: as resposta estão todas ai bons estudos✌
Introdução
Talvez não haja assunto mais mal compreendido nas crenças dos adventistas do sétimo dia do que a questão da relação adequada entre os escritos de Ellen G. White e os da Bíblia. Uma comparação dos escritos de autores cristãos como Walter R. Martin1, Norman F. Doughty2 e outros que escreveram criticamente sobre as crenças doutrinárias dos adventistas, com algumas das declarações frequentemente citadas dos próprios escritores adventistas, que parecem apresentar posições diferentes, se não conflitantes, faz-nos pensar se talvez nós próprios, da igreja, é que somos os responsáveis por causar parte da confusão lá fora! Por exemplo, tomemos a definição de duas palavras que usamos com frequência nesta apresentação de três partes: inspiração e revelação. O ex-pastor adventista Walter Rea, seguindo Webster, vê a inspiração como sendo “a influência divina direta ou imediatamente exercida sobre a mente ou alma dos homens”. Rea rotula isto como “subjetivo”. A revelação é vista como “a comunicação que Deus faz de Si mesmo e de Sua vontade a Suas criaturas”; isto Rea rotula3 como “objetivo”.
Depois de definir objetivo e subjetivo, Rea alega que esta revelação objetiva possui autoridade, enquanto que a inspiração subjetiva não possui. A revelação objetiva, aos olhos de Rea, está relacionada a fatos e planos de ação, enquanto que a revelação subjetiva é vista como estando associada a valores e opiniões pessoais.
Rea então tira a conclusão de que os pronunciamentos de Ellen White transmitem, em sua maioria, inspiração subjetiva. Isto é, consistem principalmente de valores ou opiniões pessoais (ou dela, ou das pessoas que a influenciaram, ou de autores de quem ela copiou). Como tais, seus escritos não possuem virtualmente qualquer autoridade de Deus, a menos que possam ser provados por outras fontes, preferivelmente a Bíblia.4
John J. Robertson, em seu livro The White Truth (“A Verdade White”)5 , discorda desta dicotomia subjetivo/objetivo. Para ele, “a revelação representa a atividade de Deus como quem envia uma mensagem a Seu profeta escolhido. A inspiração representa a atividade de Deus sobre o profeta ou dentro dele, que então se torna o transmissor dessa revelação ao Seu povo.”6
Eu também discordo da dicotomia subjetivo/objetivo projetada por Walter Rea, mas preferiria definir os termos – como foi feito na parte 1 desta série – de maneira um pouco diferente de Robertson. Tomando emprestada em parte a definição de Raoul Dederen, sugerimos que a inspiração pode ser considerada um processo pelo qual Deus capacita o profeta a receber e comunicar Sua mensagem, enquanto que revelação é vista como o conteúdo da mensagem assim comunicada.7
Um estranho ao adventismo, lendo estes três conjuntos de definições, talvez possa ser desculpado por se perguntar se a igreja realmente tem uma teologia coerente! O mesmo tem acontecido com nossos pronunciamentos sobre a relação dos escritos de Ellen White para com a Bíblia. Dentro da igreja também tem havido alguma confusão sobre os escritos da Srª White, bem como um pouco de abuso e mau uso deles. Alguns membros de fato têm feito deles uma segunda Bíblia, parecendo com frequência considerar a Srª White o mais importante dos dois. Alguns ministros e professores têm citado a Srª White dez vezes ou mais para cada passagem da Bíblia; alguns têm até pregado sermões do tipo “trem de carga” (a locomotiva é a introdução do sermão, seguida por uma fileira de vagões de carga – citações da Srª White; e por fim vem o último vagão, a conclusão do sermão). A frustração e irritação experimentada por um motorista que fica esperando passar um longo e lento trem de carga é quase idêntica aos sentimentos de exasperação e ira por parte daquele que é forçado a ouvir este tipo de mostruosidade homilética. Os escritos da Srª White também têm sido mal usados por pais, professores e pregadores, que têm usado declarações deles como uma palmatória teológica com a qual se corrige o ofensor para fazê-lo submeter-se. Contudo, este mau uso, quer por proponentes do conceito de que os escritos de Ellen White são uma segunda Bíblia (ou mesmo um adendo à Bíblia), ou por outras aplicações errôneas, não é a posição da igreja adventista do sétimo dia, mesmo que estas posições sejam adotadas por alguns de seus membros bem-intencionados, mas mal informados. E, como diria John Quincy Adams, “Argumentos extraídos do abuso de alguma coisa não são admissíveis contra o seu uso.” 8 Em outras palavras, “Não jogue fora o bebê junto com a água do banho!” Qual, então, é realmente a posição da denominação com respeito à relação adequada entre os escritos da Srª White e a Bíblia Sagrada? Segundo entendo, afirmamos que Ellen G. White foi inspirada da mesma forma e no mesmo grau que os profetas bíblicos; mas – e isto será paradoxal para alguns – não fazemos dos escritos dela uma segunda Bíblia, ou mesmo uma adição ao cânon sagrado da Palavra de Deus. Deixe-me explicar.
Explicação: