• Matéria: Português
  • Autor: laninha850
  • Perguntado 5 anos atrás

Artigo:
HISTÓRIA: POR QUE E PARA QUÊ?


         Várias são as evidências da atual avidez pelo conhecimento histórico. Em outras palavras, a História está na moda! Filmes, séries televisivas, revistas de ampla divulgação, obras de caráter biográfico e temático são  algumas das expressões que atestam a receptividade que a produção de cunho histórico vem obtendo no universo sócio cultural brasileiro.

         Tal panorama parece indicar que, entre nós, a História atinge sua maioridade, suas pesquisas ganham consistência e adquirem respeitabilidade.  Verdade é que tudo isso pode ser atribuído, em grande parte, ao fato de os historiadores, cada vez mais, ampliam seus diálogos com as demais ciências.

         Por isso, instigado pelo nome desta seção da nossa História, ponho-me a pensar sobre as responsabilidades daqueles que se deixam seduzir pelos encantos de Clio, a musa dos historiadores, fazendo dessa disciplina sua opção profissional.

         Afloram em mim leituras e ensinamentos, a começar pela recorrente profissão de fé legada por MarcBloch nas anotações que, publicadas postumamente, resultaram na sua Apologia pela História ou o ofício do historiador. Belo título! Incontornável leitura!

         De imediato, relembro o parágrafo inicial. Nele, uma criança, se dirigindo ao pai historiador, indaga-lhe: “Diga-me, para que ser a História?”. Pergunta desconcertante que (felizmente, a meu ver) inquieta e atormenta estudantes, estudiosos e diletantes de História. Capacitados ou não a respondê-la, importa registrar a permanência desse desafio ao longo de nossa trajetória profissional.

         Com efeito, perceber e introjetar o sentido e a função sociais da História, compromisso do profissional da área, é também dever de consciência, de cada um de nós, na condição de agentes da nossa História, pois nunca é demasiado salientar que esta só se justifica e se explica porque tem os homens vivos como sua razão de ser. Estudamos História para conhecer e transformar a vida. Nossas angústias e interrogações são a força-motriz que nos impulsiona a conhecer o passado e, daí, tentar identificar e analisar criticamente as condições de e para a compreensão do nosso presente. [...]

         O passado e os mortos se constituem no objeto de nossos estudos, mas é das indagações e das perplexidades do presente que a História vai sendo reescrita e compreendida. É a partir do contexto em que nos situamos e do qual somos partícipes que construímos a nossa História.

         Cuidado em não resvalarmos para a prática do anacronismo, é no questionamento do passado que buscamos detectar e delinear nossas identidades. Essas, por seu turno, obviamente, só se delineiam por contratação, por antinomia. Vale dizer: o estudo da História objetiva captar e exprimir, predominantemente, nossas diferenças e não nossas afinidades.

         Assim, o conhecimento do passado, não sendo em si mesmo a História, antes de iluminar o futuro, deve proporcionar aos homens viverem melhor o seu presente. Propiciar-nos referências para a constituição de uma almejada sociedade mais justa e solidária.

         Refletindo dessa maneira, tenho como horizonte primeiro as pessoas e o mundo que me cercam. Não faço abstração do que está longe de mim. Bem sei e reconheço que necessito aprender o todo. No entanto, como incita o poeta, é mister que eu conheça e (com) viva com o rio de minha aldeia para que alcance e dimensione a extensão e a profundidade do oceano. A evocação final, igualmente lição assimilada, busco-a em Josef Fontana, quando afirma: “Entender melhor o mundo em que vivemos e ajudar os outros a entende-lo, a fim de contribuir para melhorá-lo, (é) o que nos faz falta. Porque como disse Tom Payne há mais de 200 anos, e essas são palavras que cada um de nós deveria gravar na sua consciência: está em nossas mãos recomeçar o mundo outra vez”.



Releia o final do artigo e observe que as últimas linhas do texto estão entre aspas.

a) que isso significa?

b) Na sua opinião, porque o autor usou este recurso?

Respostas

respondido por: ViihHyuuga
6

Resposta:

a) Ele usou aspas para que pudessemos identificar a frase dita por Josef Fontana.

b) Além de nos possibilitar a entender melhor o texto, ele usou como um concelho para as pessoas do mundo atual, todos precisamos entender, juntos o mundo em que estamos.


laninha850: Obrigada!!
Perguntas similares
7 anos atrás