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na América Latina, com a ascensão ao poder de
partidos e líderes da esquerda. (40 pontos) geografia
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Ainda durante a ditadura militar (1964-1985), “o Brasil mudou a sua posição na
economia-mundo, assumindo a categoria de semiperiferia como uma potência regional” (BECKER
e EGLER, 2010, p.123). E, mais recentemente, especialmente durante o governo Lula (2003-2010),
o Brasil assumiu o importante papel de líder entre os países do Sul.
O papel ocupado pelo Brasil na divisão internacional do trabalho, assim como a sua
posição na ordem geopolítica mundial, é fruto de escolhas políticas do passado (e do presente).
Evidentemente, as escolhas feitas pelos governantes resultam dos diferentes contextos histórico-
geográficos e da influência que diferentes grupos exercem na máquina estatal.
Da década de 1920 até os anos de 1980, o pensamento geopolítico brasileiro esteve restrito,
quase exclusivamente, aos meios militares. Com isso, a geopolítica instrumental produzida nos
círculos militares (especialmente no exército), baseada em conceitos e práticas da geopolítica
clássica (ratzeliana e mackinderiana), repercutiu consideravelmente nas políticas (internas e
externas) do Estado brasileiro (COSTA; THÉRY, 2016).
O pensamento geopolítico dos militares se convergia na ideia de que o Brasil precisava de
uma ocupação efetiva de seu território e de que “o Brasil deve, por todos os meios à sua disposição,
procurar expandir sua influência sobre os países vizinhos da América do Sul” (COSTA; THÉRY,
2016, p.5). Em outras palavras, não se tratava de integrar o continente, mas de submetê-lo aos
interesses do Brasil numa relação de subalternização. Durante a ditadura militar, por óbvio, os
militares tiveram o protagonismo na condução da política externa brasileira e, durante este período,
este pensamento dificultou alianças e projetos de integração regional na América do Sul.
Todavia, não foi somente o Brasil que experimentou uma ditadura militar durante este
período. A década de 1970 foi marcada por ditaduras militares em grande parte da América do Sul
e, mesmo com as dificuldades de estabelecer projetos regionais durante este período, houve
significativa cooperação e interação entre os aparelhos repressivos criados pelos governos
autoritários do Cone Sul. Apesar disso, nunca existiu, de fato, uma integração oficial dos sistemas
de repressão destas ditaduras (PENNA FILHO, 2009).
Uma das principais marcas da política externa brasileira durante a primeira década da
ditadura militar foi o alinhamento automático aos EUA. A Doutrina de Segurança Nacional deu o
suporte teórico-conceitual necessário para que, no contexto da guerra fria, a política externa do país
pendesse para lado dos estadunidenses. Além do discurso anticomunista, o Brasil realizou uma
ofensiva diplomática na América Latina, através de relacionamentos bilaterais que refletiam o
interesse dos EUA e do Brasil na região. Assim, ao mesmo tempo em que fortalecia laços
diplomáticos com outros países alinhados aos EUA, o Brasil também deu apoio l