• Matéria: Português
  • Autor: jositorres
  • Perguntado 5 anos atrás

5- Leia com atenção o texto de Cezar Bueno
Drogas e o discurso proibitivo
O endurecimento atual das políticas antidrogas busca fundamentação moral e política no passado recente.
Desde o início do século XIX, nos EUA, as instituições oficiais e setores da sociedade civil, tendo à frente a supremacia dos homens brancos, desconfiavam dos hábitos exóticos das minorias que vinham da África e do Oriente Médio fazer concorrência no mercado de trabalho norte-americano, impulsionado pelo rápido desenvolvimento do capitalismo industrial. A entrada de grupos humanos, com usos e costumes considerados exóticos, não demorou cais na mira do etiquetamento penal nos EUA. Os negros foram tachados como consumidores de cocaína; os chineses como viciados em ópio; os irlandeses como gambás humanos movidos a álcool; os mexicanos e outros hispânicos como indolentes, libidinosos e fumadores de maconha.
Os usos e costumes desses grupos marginais, envolvidos com o uso de substâncias que alteram o estado de funcionamento da mente, entravam em confronto com as exigências econômicas, os interesses políticos e os valores morais cultuados na América do Norte. A influência histórica das políticas proibicionistas arquitetadas pelo governo norte-americano contaminou uma pluralidade de saberes. Hoje, sociólogos, assistentes sociais, promotores, juízes e técnicos sociais dão a entender que a miséria das drogas parece superar, em termos de propensão à prática de atos anti-sociais graves, as misérias materiais produzidas pelo capitalismo selvagem. Discursos oficiais e acadêmicos costumam fazer associações mecânicas entre o consumo de drogas e a prática de atos infracionais violentos.
Uma leitura ingênua e superficial acerca das drogas supõe fazer acreditar que o perigo social do crime e da violência exclui, por exemplo, os jovens filhos drogados e medicalizados da classe média e recai sobre os ombros dos jovens miseráveis e brutalizados das periferias. Sabe-se, no entanto, que não é possível fazer uma associação mecânica entre o consumo de drogas e a prática de agressões físicas violentas. Muitos adolescentes, filhos da classe média brasileira e de outros países, divertem-se nas festas rave, consomem álcool ou substâncias entorpecentes, porém, raramente ocupam o noticiário na mídia registrando tragédias e mortes prematuras. Faltam debates mais amplos e atualizados acerca das drogas.
A insistência na formulação de políticas legislativas demagógicas e penalizadoras contribuem para rotular, por antecipação, milhares de jovens e famílias que habitam os cinturões urbanos das senzalas urbanas. O debate e as possíveis soluções para enfrentar a escala da produção, da distribuição e do consumo de drogas devem ocupar o centro dos debates políticos e acadêmicos sem rótulos ou ideologias políticas preestabelecidas. As saídas eficazes para enfrentar o aumento do consumo de drogas já não podem ignorar os interesses econômicos e apelos culturais que tornam o mercado ilegal das drogas atraente e promissor.
a) O autor nega a existência da droga? Comente.
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b) O que o autor quis dizer com “rotular por antecipação”? No começo do texto ele exemplifica isso. Comente
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ME AJUDEM PFVRRR

Respostas

respondido por: paulinosilvaramos82
1

Resposta:O endurecimento atual das políticas antidrogas busca fundamentação moral e política

no passado recente. Desde o início do século XIX, nos EUA, as instituições oficiais e setores

da sociedade civil, tendo à frente a supremacia dos homens brancos, desconfiavam dos

hábitos exóticos das minorias que vinham da África e do Oriente Médio fazer concorrência no

mercado de trabalho norte-americano, impulsionado pelo rápido desenvolvimento do

capitalismo industrial. A entrada de grupos humanos, com usos e costumes considerados

exóticos, não demorou cair na mira do etiquetamento penal nos EUA. Os negros foram

tachados como consumidores de cocaína; os chineses como viciados em ópio; os irlandeses

como gambás humanos movidos a álcool; os mexicanos e outros hispânicos como indolentes,

libidinosos e fumadores de maconha. Os usos e costumes desses grupos marginais, envolvidos

com o uso de substâncias que alteram o estado de funcionamento da mente, entravam em

confronto com as exigências econômicas, os interesses políticos e os valores morais cultuados

na América do Norte.

A influência histórica das políticas proibicionistas arquitetadas pelo governo norteamericano contaminou uma pluralidade de saberes. Hoje, sociólogos, assistentes sociais,

promotores, juízes e técnicos sociais dão a entender que a miséria das drogas parece superar,

em termos de propensão à prática de atos anti-sociais graves, as misérias materiais produzidas

pelo capitalismo selvagem. Discursos oficiais e acadêmicos costumam fazer associações

mecânicas entre o consumo de drogas e a prática de atos infracionais violentos. Uma leitura

ingênua e superficial acerca das drogas supõe fazer acreditar que o perigo social do crime e da

violência exclui, por exemplo, os jovens filhos drogados e medicalizados da classe média e

recai sobre os ombros dos jovens miseráveis e brutalizados das periferias.

Sabe-se, no entanto, que não é possível fazer uma associação mecânica entre o

consumo de drogas e a prática de agressões físicas violentas. Muitos adolescentes, filhos da

classe média brasileira e de outros países, divertem-se nas festas rave, consomem álcool ou

substâncias entorpecentes, porém, raramente ocupam o noticiário na mídia registrando

tragédias e mortes prematuras. Faltam debates mais amplos e atualizados acerca das drogas. A

Professor de Sociologia na Unifil e na PUC-PR, campus Londrina. Texto extraído do Jornal Folha de Londrina

de 19 ago. 2007.

insistência na formulação de políticas legislativas demagógicas e penalizadoras contribuem

para rotular, por antecipação, milhares de jovens e famílias que habitam os cinturões urbanos

das senzalas urbanas. O debate e as possíveis soluções para enfrentar a escala da produção, da

distribuição e do consumo de drogas devem ocupar o centro dos debates políticos e

acadêmicos sem rótulos ou ideologias políticas preestabelecidas. As saídas eficazes para

enfrentar o aumento do consumo de drogas já não podem ignorar os interesses econômicos e

apelos culturais que tornam o mercado ilegal das drogas atraente e promissor.....

espero ter ajudado


jositorres: As repostas tem que ter apenas 5 linhas. Você poderia colocar as respostas da a e b para mim fzfvr?
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