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Explicação:
A diferença não é nada sutil, ainda assim, muitas pessoas costumam confundir inteligência com sabedoria. Então, deixa-me contar um segredo: inteligência e sabedoria são coisas bem diferentes.
A inteligência é a habilidade de manejar conhecimento e aplicá-lo. Se uma pessoa passa 16 horas por dia estudando sozinha ela se torna inteligente, quer dizer, ao menos deveria ser assim se não há problemas de atenção ou cognitivos no processo.
Enfim, uma pessoa pode ficar inteligente com muito estudo, mas uma rotina que afaste sua atenção dos próprios processos mentais e emocionais e psíquicos, das relações do seu próprio âmago e também das relações interpessoais jamais permitirá que ela se torne sábia.
Sabedoria é uma virtude em falta atualmente. Crianças são criadas para ser boas em línguas, matemática, física, química, passar no vestibular, ser o número um, etc. Crescer nessa competitividade nos trouxe um avanço fenomenal na capacidade de reter, interpretar e aplicar informações; com isso, inventamos o carro, o avião, a bomba, a internet, os transplantes, e muitas outras coisas, no entanto, nesse emaranhado de novidades e desejos de ter e comprar, perdemo-nos.
A sabedoria não nasce do cárcere de ideias. Uma pessoa que pode se tornar sábia é uma pessoa atenta, alguém que sabe aprender com situações, seja com os bons ou maus momentos, com exemplos.
Também não é sinônimo de experiência, passar por inúmeros problemas sem que se saiba avaliar e pesar os acontecimentos não faz de nós sábios. Aliás, sabedoria poderia ser explicada como uma espécie de mistura entre experiência e inteligência. É saber calcular e estudar com atenção as experiências, é ter humildade para reconhecer quando se erra e não se vangloriar de vitórias.
Estamos em um período assim, passando conhecimento adiante, seria otimista demais, temos sido assim desde sempre, apenas passando conhecimento.
Em não muito tempo teremos uma sociedade extremamente madura em tecnologia e conhecimentos, contudo, completamente infantilizada no campo emocional, que nos faria sábios. O egoísmo, a posse, a guerra, a raiva, são sentimentos nosso, inatos, mas é impossível deixar de vê-los como, e tão somente, nossa animalidade se manifestando.
Vejo homens ricos, bem sucedidos, mestres, doutores, pesquisadores, médicos, advogados, todos, atolados em carros importados e móveis de luxo, sem a mínima noção de humildade, de vivência emocional, são pedras teimosas que assistem televisão e discutem a tabela FIPE e falam do dólar, e isso é tudo que podem fazer, é tudo que aprenderam a fazer.
Pois eu vou lhes contar outro segredo: somos inteligentes, mas não o suficiente para usarmos essa inteligência em nós mesmos, não para avaliarmos a necessidade de sabedoria.